Anexação da Gronelândia? "Não vai acontecer", garante Blinken

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, rejeitou hoje a ideia de anexar a Gronelândia proposta pelo presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assegurando que tal não acontecerá.

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© Michael M. Santiago/Getty Images

Lusa
08/01/2025 17:06 ‧ há 14 horas por Lusa

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EUA

"A ideia expressa sobre a Gronelândia não é obviamente uma boa ideia, mas talvez mais importante, não vai acontecer", disse Blinken numa conferência de imprensa em Paris.

 

Trump, que tomará posse no próximo dia 20 de janeiro, declarou no mês passado que a "propriedade e o controlo" do território, que pretendia adquirir durante a sua primeira presidência, é "uma necessidade absoluta" para a segurança nacional dos EUA.

Após a visita privada do seu filho mais velho, Donald Trump Jr., à Gronelândia, na terça-feira, o presidente eleito não excluiu, numa conferência de imprensa no mesmo dia, um hipotético recurso à força militar ou à imposição de tarifas à Dinamarca para assumir o controlo da ilha.

Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.

Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.

Embora a maioria dos partidos e a população defendam a separação da Dinamarca, metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhaga e as tentativas de obter receitas da sua riqueza mineral e petrolífera falharam até agora devido às dificuldades e ao elevado custo da extração.

Os EUA mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.

Ainda na capital francesa, o chefe da diplomacia cessante norte-americana desvalorizou declarações recentes de Elon Musk de apoio a várias figuras políticas de extrema-direita na Europa, considerando que o bilionário norte-americano e próximo de Trump está a falar como um "cidadão privado".

"Os cidadãos privados no nosso país podem dizer o que quiserem", comentou, acrescentando: "Ele, como qualquer americano, tem o direito de expressar as suas opiniões".

Há semanas que Elon Musk faz comentários provocatórios na sua rede social X, convidando-se a participar em debates políticos no Reino Unido e na Alemanha, em particular, para apoiar a direita radical, o que mereceu condenações de vários governantes europeus.

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, instou Bruxelas a proteger os Estados-membros da União Europeia (UE) da interferência no debate público europeu.

"Ou a Comissão Europeia aplica, com a máxima firmeza, as leis que nos foram atribuídas para proteger o nosso espaço público, ou não o faz, e então terá de concordar em devolver aos Estados-membros da UE a capacidade de o fazer", afirmou.

Também hoje, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, acusou o magnata do setor tecnológico de "atacar abertamente as instituições" e "incitar ao ódio".

Na segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou que o homem mais rico do planeta estivesse a apoiar "uma nova internacional reacionária" na Europa.

Em novembro passado, Donald Trump anunciou a nomeação de Elon Musk para chefiar um novo departamento de "eficiência governamental".

Leia Também: Dinamarca nega crise e quer debater com EUA após declarações de Trump

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