O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, esta terça-feira, que tenciona alterar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’, classificação que determinou ser “apropriada”. Recusou, também, comprometer-se a não usar força militar ou coerção económica para garantir tanto o Canal do Panamá, como a Gronelândia, além de ter acusado a administração cessante de estar a “dificultar” a transição de poder.
“Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um belo toque. É apropriado. E o México tem de deixar de permitir que milhões de pessoas entrem no nosso país”, disse, na segunda conferência de imprensa desde que foi eleito, a partir de Mar-a-Lago, na Florida.
O magnata voltou ainda a ‘piscar o olho’ ao eventual controlo do Canal do Panamá e da Gronelândia pelos Estados Unidos, tendo recusado comprometer-se a não usar força militar ou até mesmo coerção económica para garantir os territórios, de acordo com ABC News.
“Não, não posso garantir-vos que não. Mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança económica”, disse.
O chefe de Estado foi mais longe, criticando o antigo presidente Jimmy Carter por ter cedido o controlo da via fluvial à nação centro-americana. “Na minha opinião, a cedência do Canal do Panamá foi a razão pela qual Jimmy Carter perdeu as eleições, talvez mais do que os reféns”, considerou.
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, defendeu hoje que "a Gronelândia pertence aos gronelandeses", no dia em que o filho do presidente eleito dos Estados Unidos está de visita à ilha do Ártico.
"Como disse o primeiro-ministro Mute Egede, a Gronelândia não está à venda", comentou Mette Frederiksen, ressalvando que os Estados Unidos são o "aliado mais próximo" da Dinamarca.
Há cerca de duas semanas, também o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, rejeitou uma possível negociação com os Estados Unidos, uma vez que "o canal pertence aos panamianos".
"Não há possibilidade de iniciar qualquer tipo de conversa sobre uma realidade que custou ao país lágrimas, suor e sangue", disse.
Na conferência de hoje, Trump não se ficou por aqui, tendo anunciado também que revogará a proibição de exploração de petróleo em alto mar anunciada pelo presidente cessante, Joe Biden.
“A proibição da perfuração offshore não se manterá. Vou revogá-la imediatamente. Vou revogar a proibição de exploração de petróleo no mar em vastas áreas no primeiro dia”, disse, citado pela agência Reuters.
Antes, o republicano acusou a administração de Biden de estar “a tentar fazer de tudo” para dificultar a transição de poder.
“Estamos a herdar uma situação difícil da administração cessante e estão a tentar tudo o que podem para a tornar mais difícil”, disse.
Saliente-se que a vitória de Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2024 foi ontem confirmada oficialmente no Congresso, sede do poder legislativo, numa sessão sem incidentes presidida pela vice-presidente, Kamala Harris.
A certificação da vitória do candidato republicano teve lugar numa sessão em Washington DC, no dia em que se completaram quatro anos desde o ataque ao Capitólio por apoiantes de Trump para tentarem bloquear a confirmação da vitória do então candidato democrata Joe Biden.
Trump tomará posse a 20 de janeiro, data em que milhares de polícias de todo o país deslocar-se-ão a Washington para auxiliar os agentes locais, com as autoridades a prepararem-se para eventuais "multidões históricas".
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