A defesa do espanhol Daniel Sancho, condenado na Tailândia a uma pena de prisão perpétua pelo homicídio premeditado do cirurgião colombiano Edwin Arrieta, pediu uma nova audiência ou um novo julgamento para ouvir novas testemunhas, segundo um documento ao qual a EFE teve acesso.
O recurso, com 400 páginas, alega que a atual pena de prisão perpétua por homicídio premeditado e desmembramento não reflete a realidade. A defesa do filho do ator Rodolfo Sancho sustenta que a morte de Edwin Arrieta, em 2 de agosto de 2023, foi acidental.
O documento submetido às autoridades tailandesas justifica esse "pedido incomum" afirmando que "quase imediatamente após a leitura do veredito, surgiram novas circunstâncias que constituem evidências completamente novas".
Em causa está Paisan Sangthep, um coronel da polícia tailandesa, que estava presente durante as declarações iniciais de Daniel Sancho na esquadra, horas após se saber da morte de Arrieta. No entanto, Sangthep não testemunhou no julgamento e, por isso, os advogados exigem agora a sua presença em tribunal, após este oficial tailandês ter participado no documentário 'O Caso Sancho', da HBO Max.
Num dos episódios, Sangthep admite que o condenado "não admitiu premeditação". De acordo com o recurso, a declaração de Sancho referenciada por Paisan contradiz a confissão apresentada pela polícia.
A defesa também aponta diversas irregularidades cometidas durante a investigação e o processo judicial.
Recorde o caso
O filho do ator espanhol Rodolfo Sancho foi detido, em agosto de 2023, e acusado de ter assassinado, desmembrado e escondido o corpo do cirurgião colombiano Edwin Arrieta.
Sancho encontrou-se com a vítima no dia 2 de agosto e juntos andaram de mota. Quando voltaram ao hotel, tiveram uma discussão, após o colombiano lhe ter pedido para ter relações sexuais. Sancho terá dado um murro no rosto do amigo, o que o deixou inconsciente.
O homem, em pânico, levou-o depois para a casa de banho, tentando fazê-lo recuperar a consciência. Depois de esperar uma hora e sem resposta de Edwin Arrieta, Sancho decidiu começar a desmembrar o médico, um processo que admitiu ter demorado "três horas".
No mesmo dia, colocou os restos mortais do homem em sacos plásticos pretos e alugou um caiaque que o ajudou a lançar grande parte deles ao mar. O resto do corpo foi levado para o aterro da ilha, onde horas depois um trabalhador faria a descoberta.
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