O pó branco que estava numa carta que hospitalizou um assessor do primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, em novembro, foi identificado como sendo estricnina, um veneno que pode ser mortal e é muitas vezes usado como pesticida, sobretudo para matar ratos.
O Ministério Público de Bruxelas revelou a natureza da substância na quarta-feira e vários órgãos de comunicação social do belgas afirmaram que o veneno foi também encontrado em pacotes dirigidos a outros membros do governo. Uma delas foi a ministra do Interior, Annelies Verlinden.
A estricnina terá levado outra pessoa a ficar em quarentena, por precaução, após esta descoberta, avança o jornal britânico The Guardian.
Quando consumida por seres humanos, a substância pode provocar espasmos musculares, paragens cardíacas, falência de órgãos e até morte. Estes efeitos dramáticos causados pelo consumo de doses mais elevadas já inspiraram romancistas e escritores de policiais como Agatha Christie e HG Wells.
A notícia de que o gabinete do primeiro-ministro tinha recebido uma carta com estricnina surgiu dois dias depois de um homem armado com uma faca ter sido detido à porta do escritório de De Croo, em Bruxelas. A polícia ainda não revelou se descobriu quais as motivações do ataque, mas sabe-se que foi aberto um inquérito ao incidente.
De Croo ocupa o cargo de primeiro-ministro da Bélgica desde as legislativas de 9 de junho.
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