EUA e Reino Unido aumentam sanções contra petróleo e gás da Rússia

Estados Unidos e Reino Unido anunciaram hoje sanções adicionais contra o setor do petróleo e do gás liquefeito da Rússia, classificadas por Washington como as mais significativas impostas ao setor energético russo desde o início da guerra na Ucrânia.

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© REUTERS/Alexander Manzyuk

Lusa
10/01/2025 17:30 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O objetivo destas medidas é cortar os rendimentos que financiam a máquina de guerra do Kremlin e poderão custar à economia russa milhares de milhões de dólares por mês, explicou um responsável norte-americano, numa conferência de imprensa telefónica.

 

Apesar de o Governo de Joe Biden ter adotado hoje estas sanções, estas podem ser revogadas por Donald Trump quando este assumir a Presidência no próximo dia 20 de janeiro.

Em concreto, os EUA, em coordenação com o Reino Unido, sancionaram dois dos maiores produtores e exportadores de petróleo da Rússia - a Gazprom Neft, a terceira maior petrolífera do país, e a Surgutneftegas, outra destacada companhia do setor energético.

Segundo o governo britânico, estas empresas produzem em conjunto mais de um milhão de barris diários, avaliados em cerca de 23 mil milhões de dólares anuais, a preços atuais, uma quantidade que supera o produto interno bruto (PIB) da Jamaica.

Além disso, os Estados Unidos sancionaram mais de duas dezenas de filiais daquelas duas empresas, assim como 183 barcos russos que transportam petróleo e que, segundo Washington, fazem parte da chamada "frota fantasma" para vender crude russo e assim fugir às sanções ocidentais.

Os Estados Unidos também visaram com sanções 200 entidades e indivíduos alegadamente vinculados ao setor energético russo incluindo 80 relacionados com a produção e exportação de gás natural liquefeito (GNL).

Outras sanções destinam-se a quem procura expandir a capacidade de produção petrolífera da Rússia, aos envolvidos no projeto Ártico LNG2 da NovaTek e outros altos cargos da Rosatom, o conglomerado estatal russo de energia nuclear, detalhou o Departamento do Tesouro, em comunicado.

Numa conversa com jornalistas, fontes da administração norte-americana citadas pelas agências internacionais, detalharam a razão por trás destas sanções, que se somam às impostas por Washington e seus aliados após a invasão russa da Ucrânia.

Em concreto, em março de 2022, um mês depois do início da guerra, os Estados Unidos proibiram a importação de petróleo, GNL e carvão russos.

A União Europeia também restringiu estas compras, o que representou um duro golpe para Moscovo pela sua dependência do mercado europeu.

No entanto, Washington decidiu então não impor sanções mais amplas devido à tensão nos mercados globais de petróleo, que poderiam ter provocado o aumento dos preços do crude segundo um responsável da administração norte-americana.

Para mitigar esse impacto, em dezembro de 2022, os Estados Unidos, juntamente com o G7 e a Austrália, adotaram um máximo de 60 dólares por barril para as exportações marítimas de petróleo russo, permitindo compras só abaixo desse limite.

Mas agora, com uma maior oferta global graças ao aumento da produção noutros países, os EUA decidiram avançar com ações dirigidas contra gigantes energéticos russos, acrescentou o mesmo funcionário.

Antes do anúncio oficial destas medidas, o preço do petróleo nos Estados Unidos já tinha subido, face à preocupação quanto a novas restrições no mercado local global de energia agravada pelos incêndios na Califórnia e o mau tempo em diversas regiões do país, o que poderia fazer obrigar a encerrar refinarias e afetar o abastecimento global.

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