"Vamos trabalhar com os nossos colegas americanos para chegar a um texto mutuamente aceitável", declarou em Kyiv o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Sybiga disse numa conferência de imprensa com o homólogo lituano, Kestutis Budrys, que a Ucrânia estava pronta para assinar o acordo, mas que chegou uma nova proposta ao seu ministério em 28 de março.
"Já iniciámos consultas com a parte americana sobre o texto do acordo", afirmou, também citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
Sybiga disse que a nova proposta prevê uma maior presença das empresas norte-americanas em território ucraniano, o que descreveu como importante, uma vez que poderá ser benéfico para o parque empresarial local.
"A parte ucraniana está determinada a concluir um documento que satisfaça os interesses nacionais dos Estados Unidos e da Ucrânia", insistiu.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou na sexta-feira que a Ucrânia recebeu um novo projeto de acordo sobre a exploração dos recursos naturais.
No projeto de acordo, os Estados Unidos manifestaram um interesse renovado, embora Zelensky tenha advertido que o formato tinha mudado em relação ao que estavam dispostos a assinar.
"Nada pode ser aceite que possa ameaçar a adesão da Ucrânia à UE", afirmou, na altura.
Zelensky foi criticado pelo homólogo norte-americano, Donald Trump, dias depois, que o acusou de recuar na assinatura do acordo.
Trump ameaçou que a não assinatura do acordo causaria "sérios problemas" à Ucrânia.
Trump e Zelensky estiveram para assinar o acordo sobre a exploração de recursos naturais ucranianos no final de fevereiro, em Washington, mas o processo foi abortado depois de um confronto verbal tenso entre os dois líderes na Casa Branca.
Com a exploração dos minerais ucranianos, Trump disse que pretendia recuperar o dinheiro que os Estados Unidos gastaram na ajuda à Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia, em fevereiro de 2022.
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