"Estamos a assistir a este ato de reconhecimento, reafirmação de lealdade e juramento que exalta as bases fundamentais sobre as quais assenta a organização militar, como a disciplina, a obediência e a subordinação", declarou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, numa cerimónia transmitida pela televisão.
Padrino López afirmou que a Venezuela enfrenta uma coligação de "potências estrangeiras", liderada pelos Estados Unidos, razão pela qual, insistiu, as FANB devem impedir que "potências" externas "imponham, novamente, governos neocoloniais e submissos que violem os sagrados interesses do povo".
O ministro de Maduro salientou também que a instituição militar obedecerá ao "comando popular expresso a 28 de julho de 2024 em eleições livres, universais, diretas e secretas" - embora os resultados pormenorizados destas não tenham sido divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelos chavistas, apesar de tal estar previsto nos seus procedimentos, e de a oposição afirmar terem dado a vitória a González Urrutia.
"Reconhecemos e reafirmamos a lealdade e a subordinação absoluta ao cidadão Nicolás Maduro Moros como Presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, nosso comandante em chefe para o período 2025-2031", sublinhou.
Entretanto, Maduro agradeceu o juramento de "reconhecimento e lealdade" do poder militar, ao mesmo tempo que afirmou ter os "poderes dados pelo povo" para enfrentar "todas as circunstâncias presentes e futuras".
O líder chavista tomou hoje posse como Presidente da Venezuela no parlamento, enquanto a oposição maioritária no país, agrupada na Plataforma Democrática Unida (PUD), insiste que González Urrutia foi o vencedor das eleições de julho passado, pelo que acusou Maduro de ter hoje consumado um "golpe de Estado".
A PUD afirma que recolheu "85% das atas eleitorais" como prova da vitória de González Urrutia, que foram publicadas num 'site' da Internet para consulta, por testemunhas e membros da mesa de voto na noite eleitoral, atestando o triunfo do candidato da oposição, documentos que o Governo classifica como "falsos".
O líder da oposição, que recentemente visitou vários países do continente americano, também reiterou que tomará posse como Presidente.
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