Irão condena "violentos" ataques israelitas a alvos Hutis no Iémen

O Irão condenou os "violentos" ataques hoje levados a cabo pelo Exército israelita no Iémen contra alvos dos rebeldes Hutis, apoiados por Teerão.

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Lusa
10/01/2025 20:03 ‧ há 2 horas por Lusa

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Iémen

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) iraniano "condenou veementemente (...) os ataques violentos e sem precedentes hoje levados a cabo pelo regime sionista contra o Iémen", lê-se num comunicado do porta-voz da diplomacia iraniana, Esmaïl Baghaï.

 

Os rebeldes Hutis já reagiram, fazendo saber que os ataques de Israel, dos Estados Unidos e do Reino Unido ao seu território "não ficarão impunes" e garantindo que as suas forças são capazes de defender o país.

"Qualquer agressão ao Iémen não ficará impune, e as Forças Armadas iemenitas (Hutis) são capazes de defender o país", declarou o Governo de Sanaa, controlado pelos rebeldes, num comunicado em que condenou a "agressão conjunta dos inimigos israelitas, norte-americanos e britânicos".

A Força Aérea israelita confirmou hoje ter atacado alvos militares dos rebeldes Hutis no interior do Iémen e também em dois portos, em resposta ao lançamento de três 'drones' (aeronaves não-tripuladas) em território israelita na noite passada, sem indicar que se tratava de um ataque conjunto.

Segundo a agência noticiosa iemenita Saba e a televisão Al-Masirah, controlada pelos Hutis, os principais pontos visados foram a central elétrica de Hezyaz, em Sanaa - com 13 bombardeamentos - e os portos de Al-Hodeida e Ras al-Issa, no mar Vermelho.

Pelo menos uma pessoa morreu e nove ficaram feridas nesta série de bombardeamentos israelitas no Iémen.

A estação de televisão Al-Masirah, porta-voz dos rebeldes, noticiou que um trabalhador portuário foi morto e seis outros ficaram feridos no bombardeamento ao porto do mar Vermelho de Ras al-Issa, o principal porto de exportação de petróleo controlado pelos Hutis no Iémen.

Um funcionário da central elétrica de Hezyaz ficou ferido, ao passo que dois residentes no bairro homónimo também sofreram lesões com diferentes graus de gravidade, em Sanaa, capital do Iémen, que está sob o domínio dos rebeldes desde 2014.

Esta importante infraestrutura já tinha sido alvo de duas vagas de ataques de Israel no mês passado.

Além disso, o Governo dos Hutis confirmou que 12 bombardeamentos atingiram a zona de Harf Sufyan, na província de Amran, no noroeste do país.

Israel, que a solo já atacou o Iémen cinco vezes até agora, também bombardeou anteriormente Al-Hodeida, que era um importante ponto de lançamento de mísseis e 'drones' que visavam a navegação no mar Vermelho e o território israelita.

Esta nova onda de ataques ocorreu pouco depois do fim de uma marcha que juntou uma multidão na praça Sabeen, no sul de Sanaa e próxima do local dos ataques, contra a guerra na Faixa de Gaza, uma manifestação que os Hutis convocam todas as semanas, em frente ao palácio presidencial, em 2015 destruído pela coligação militar internacional liderada pela Arábia Saudita, que desde então atua contra os rebeldes iemenitas.

Durante o protesto, o porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Sarea, anunciou que, nos últimos dois dias, o movimento apoiado pelo Irão atacou o porta-aviões "USS Harry S. Truman" no mar Vermelho e outros navios de guerra que se preparavam para lançar uma agressão contra o Iémen.

Indicou também que o movimento lançou na quinta-feira um ataque com 'drones' contra "vários alvos" na cidade israelita de Telavive, sem fornecer mais pormenores.

Os Hutis lançaram dezenas de ataques no mar Vermelho e contra Israel para apoiar os palestinianos do Hamas, desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, desencadeando campanhas de bombardeamento de retaliação por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido, por um lado, e de Israel, por outro.

Acusaram também os Estados Unidos e o Reino Unido de envolvimento nos bombardeamentos de hoje, mas estes países não emitiram até agora qualquer comentário, apesar de terem lançado uma campanha de ataques aéreos contra posições rebeldes há um ano, em resposta às ações Hutis contra a navegação no mar Vermelho.

Num comunicado, o Conselho Político Supremo dos rebeldes classificou estes bombardeamentos como "uma flagrante violação" da soberania do Iémen, afirmando que representam uma "escalada perigosa", embora o movimento "não se sinta intimidado por tais ataques cobardes".

Segundo o grupo, estes bombardeamentos "exigem firmeza, confronto e resposta à agressão por todos os meios possíveis e disponíveis", ao mesmo tempo que apela à comunidade internacional para condenar "a escalada sionista-norte-americana antes que traga a guerra e o inferno à região".

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, declarou hoje que os alvos atingidos pelo Exército israelita no Iémen são uma "mensagem clara" para os líderes dos rebeldes Hutis, de que serão "perseguidos" por Israel.

"Os ataques israelitas de hoje ao Iémen enviam uma mensagem clara ao líder da organização terrorista Huthi, Abd al-Malek al-Huthi, e aos líderes da organização terrorista Huthi no Iémen: não haverá imunidade para ninguém", afirmou Katz num vídeo.

Leia Também: Hutis reivindicam ataques contra Israel e porta-aviões dos EUA

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