Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, um porta-voz do Departamento de Estado expressou "preocupação" com o anúncio da detenção de cidadãos norte-americanos na Venezuela e disse que a administração de Joe Biden está "a trabalhar para reunir mais informações" sobre o que aconteceu.
A mesma fonte recusou-se a dar mais pormenores "por razões de privacidade", mas sublinhou que a administração de Joe Biden não está por trás de qualquer conspiração terrorista.
"Qualquer alegação de que os Estados Unidos estão envolvidos numa conspiração para derrubar Maduro é categoricamente falsa. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela", explicou.
O porta-voz sublinhou que o Governo de Maduro já deteve cidadãos norte-americanos no passado "sem justificação ou processo justo" e recordou que o Departamento de Estado desaconselha as viagens à Venezuela.
Terça-feira, Maduro anunciou a detenção de sete "mercenários" estrangeiros, incluindo dois dos Estados Unidos, dois da Colômbia e três da Ucrânia, que planeavam levar a cabo ações "terroristas" três dias antes da tomada de posse presidencial.
Segundo o presidente venezuelano, os sete estrangeiros pretendiam "levar a cabo ações terroristas contra a paz da Venezuela", um país em crise após as eleições presidenciais de 28 de julho, em que Maduro foi proclamado vencedor pelo órgão eleitoral, um resultado qualificado como "fraudulento" pela oposição maioritária, que reclama a vitória do seu líder, Edmundo González Urrutia.
Na sexta-feira passada, o Governo venezuelano convocou 1.200 militares com o objetivo de "garantir a paz" antes da tomada de posse do novo chefe de Estado, no dia 10, quando tanto Maduro como González Urrutia, que se encontra num périplo pelas Américas, afirmam que serão empossados como presidentes para o mandato 2025-2031.
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