Pezeshkian, que alertou para a possibilidade de "reativação de células terroristas" na Síria, sem, contudo, avançar pormenores, falava numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Chia al-Soudani, após um encontro que se centrou, em particular, nos recentes acontecimentos na Síria, onde rebeldes islâmicos derrubaram o regime do Presidente Bashar al-Assad, há um mês.
"A necessidade de o regime sionista se retirar dos territórios que ocupou e a importância de respeitar os sentimentos religiosos [na Síria], nomeadamente nos locais sagrados xiitas, foram alguns dos temas abordados", afirmou o Presidente iraniano durante uma conferência de imprensa com Soudani.
A 08 de dezembro, e após uma ofensiva relâmpago, a capital Damasco caiu nas mãos dos rebeldes islâmicos liderados pelo grupo sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o antigo ramo sírio da Al-Qaeda.
Desde então, Israel efetuou centenas de ataques aéreos contra instalações militares sírias, alegando que pretende impedir que o arsenal do poder deposto caia nas mãos das novas autoridades.
O exército israelita também se instalou na zona tampão desmilitarizada dos Montes Golã, no sudoeste da Síria, no limite da parte deste planalto ocupada por Israel desde 1967 e anexada em 1981.
O Irão condenou este posicionamento e, desde então, tem apelado a Israel para que retire as suas tropas.
Durante a visita, Soudani manifestou o respeito do Iraque pela "vontade do povo sírio" e o seu apoio a "qualquer sistema político ou constitucional" que este escolha "sem interferência externa".
O primeiro-ministro iraquiano sublinhou ainda que o Iraque está "pronto a cooperar com todas as partes" para que se consiga "uma transição suave e pacífica para um sistema que reflita a vontade do povo sírio".
Segundo a imprensa local, os dois dirigentes discutiram também questões como o comércio e a cooperação bilaterais.
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