Alexandra Leitão falava aos jornalistas no final da sessão temática sobre justiça e segurança, no âmbito da atualização do programa eleitoral do PS, painel que encerrou a ronda de cinco dias para a elaboração do Manifesto Legislativas 2025.
"Nós estivemos a ver o que é que podemos fazer para melhorar, no caso da justiça, as questões que têm a ver com o acesso, a transparência e a celeridade. Nestas áreas, mais do que reverter, o que está causa é que de facto foi um ano perdido", criticou.
Na opinião da candidata à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, "não se avançou em nenhuma destas três dimensões" e "não se fez mesmo nada" sobre estes aspetos na governação de Luís Montenegro.
"Mais do que reverter, é mesmo considerar que neste ano não se avançou em nada disto. E, portanto, nesse sentido foi um ano perdido que esperemos nós, o Partido Socialista, tenha a possibilidade, que vai ter, de vir a recuperar", apontou.
Questionada sobre se partilhava da ideia do líder do PS, Pedro Nuno Santos, que, defendendo policiamento de proximidade, considerou que, quando justificadas, pode haver "intervenções mais musculadas", Alexandra Leitão referiu dados que apontam para um país seguro, mas também para a necessidade de continuar a melhorar e a trabalhar na área da segurança.
"Policiamento de proximidade é fundamental, e é algo no qual seguramente o programa eleitoral do Partido Socialista investirá no sentido que irá prever, e o nível de prevenção e de repressão que seja preciso aplicar dependerá das várias circunstâncias", disse.
Para Alexandra Leitão, "o discurso alarmista e um pouco populista em torno da segurança é um discurso errado duplamente".
"Errado porque os factos o desmentem e errado porque esse discurso contribui, ele próprio, para aumentar a perceção de insegurança e, portanto, é um discurso que os políticos não devem fazer", avisou.
Sobre a necessidade de haver pactos de regime sobre estas áreas, a dirigente socialista defendeu que é nas áreas de soberania que "faz sentido haver um consenso mais amplo entre as forças políticas moderadas".
"O que significa que é importante que essas forças moderadas não adotem certos discursos que, obviamente, não ajudam a este consenso. Agora, acho que, de facto, as áreas de soberania são áreas em que gerar um amplo consenso é útil, naturalmente", disse.
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