"Se olharmos para o vídeo do fim de semana (...), é realmente terrível e as acusações chocantes devem ser esclarecidas com urgência", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, numa conferência de imprensa em Berlim.
"Há questões muito importantes sobre a ação do exército israelita", afirmou o porta-voz, Christian Wagner, quando questionado sobre o vídeo divulgado no sábado pelo Crescente Vermelho Palestiniano.
"É por isso que é urgente investigar e responsabilizar os autores", acrescentou.
Divulgado no sábado, o vídeo recuperado do telemóvel de um trabalhador humanitário morto levanta questões sobre as circunstâncias da morte dos trabalhadores humanitários a 23 de março em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Na quinta-feira, o exército israelita disse que estava a investigar "o incidente", afirmando que os seus soldados tinham disparado contra "terroristas" e "veículos suspeitos" que avançavam na sua direção com as luzes apagadas.
Mas, no vídeo de seis minutos e 42 segundos, divulgado no sábado, as ambulâncias são vistas a circular com as luzes acesas.
Segundo o Crescente Vermelho Palestiniano, "este vídeo refuta categoricamente as afirmações do ocupante de que (...) certos veículos se aproximaram de forma suspeita, sem luzes intermitentes ou sinais de identificação".
Após o vídeo ter sido divulgado, uma fonte militar oficial israelita que pediu o anonimato disse à agência norte-americana Associated Press (AP) que a versão inicialmente apresentada por Israel está "errada".
Questionadas sobre o vídeo divulgado, as forças armadas israelitas disseram que o caso "está a ser analisado minuciosamente".
Israel tem acusado o grupo islamita palestiniano Hamas de esconder combatentes em ambulâncias e veículos de emergência, para justificar os ataques contra essas viaturas, mas o pessoal médico rejeita essa acusação.
Os ataques israelitas na Faixa de Gaza já causaram a morte a mais de 150 socorristas do Crescente Vermelho e da Proteção Civil e a um milhar de profissionais de saúde, a maioria dos quais quando estavam em serviço.
Leia Também: Greve contra guerra "fecha" Cisjordânia e Jerusalém Oriental