"É um sinal errado deportar pessoas como Ahmed, que estão ativamente envolvidas na nossa sociedade e respeitam o nosso Estado de direito, só porque essas pessoas são fáceis de prender pelas nossas autoridades por estarem integradas", lê-se numa petição no site Change.org, assinada por milhares.
Ahmed Mohamed Odowaa estava a passear num parque em Aschaffenburg, em janeiro, quando viu um antigo requerente de asilo afegão com problemas psiquiátricos atacar com uma faca um grupo de crianças.
Odowaa e outro homem perseguiram o agressor, tendo o somali seguido até uma linha de caminho-de-ferro próxima, onde a sua intervenção permitiu a detenção pela polícia.
Neste contexto, o somali recebeu uma carta de agradecimento do primeiro-ministro da Baviera, Markus Söder, que elogiou a sua "determinação e coragem" e o considerou um "exemplo de coragem civil", segundo a imprensa local.
Em maio, Odowaa vai receber a Medalha Cristophorus de salvamento.
Porém, o homem está intimado a abandonar a Alemanha até 8 de julho, segundo declarações ao 'Main-Echo', e seguir para Itália, onde foi registado aquando da sua chegada à Europa em janeiro de 2024.
O atentado de Aschaffenburg resultou na morte de um menino marroquino de dois anos e um alemão de 41 anos que acudiu às vítimas. Uma outra rapariga e uma professora ficaram feridas.
O agressor, um afegão que tinha retirado o seu pedido de asilo e que deveria abandonar o país, sofria de perturbações psiquiátricas e, de acordo com os relatórios dos peritos, será provavelmente considerado inimputável.
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