Sete pessoas foram detidas, na noite de terça-feira, durante uma manifestação em Lyon, França, na sequência da morte do histórico político da extrema-direita francesa Jean-Marie Le Pen.
A manifestação foi uma iniciativa do partido de extrema-esquerda Novo Partido Anticapitalista (NPA) e, além de Lyon, realizou-se também em Paris.
Segundo as autoridades francesas, sete pessoas foram detidas num "ajuntamento" formado após a manifestação, que juntou cerca de 600 pessoas, ter sido dispersada por volta das 21h00 locais (20h00 em Lisboa).
Os detidos são suspeitos de incentivarem à violência, incendiarem caixotes do lixo e arremessarem objetos contra agentes da polícia.
Na noite de terça-feira, os franceses empunharam cartazes onde se liam frases como: "Que se lixe a extrema-direita e os Le Pen", o "racista sujo está morto", o "fachista está morto, morte ao fachismo" e "descansa no inferno, facho".
Na rede social X, o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, lamentou as manifestações, defendendo que "nada, absolutamente nada, justifica dançar sobre um cadáver".
"A morte de um homem, mesmo de um adversário político, deveria inspirar apenas moderação e dignidade. Estas cenas de júbilo são simplesmente vergonhosas", afirmou.
Jean-Marie Le Pen morreu, na terça-feira, aos 96 anos. Segundo anunciou a sua a família à agência France-Presse (AFP), estava "rodeado pela família" e "foi chamado de volta a Deus às 12h00" (11h00 em Lisboa).
O fundador da Frente Nacional retirou-se progressivamente da vida política a partir de 2011, quando a sua filha Marine Le Pen assumiu a presidência do partido, que liderou até novembro de 2023.
Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido pela sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo, que lhe valeu tanto apoiantes fiéis como uma condenação generalizada.
Em 2018, Marine Le Pen mudou o nome do partido para se demarcar da sua imagem "demonizada" e expandir o seu apelo eleitoral, culminando no seu próprio sucesso presidencial.
Leia Também: Marine Le Pen reage à morte do pai: "Muitos que o amam choram-no"