Rússia nega ataques a alvos civis depois de acusações de Kyiv

A Rússia negou hoje que os militares russos estejam a realizar ataques contra alvos civis, depois de ter sido acusada por Kyiv de um ataque, na sexta-feira, a um bairro residencial que provocou a morte de 20 pessoas.

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Lusa
07/04/2025 12:38 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Kyiv

"Os nossos ataques militares são exclusivamente contra alvos militares ou quase militares. Nenhum ataque é realizado contra infraestruturas sociais", garantiu o porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.

 

As autoridades ucranianas acusaram Moscovo de ter lançado, a 04 de abril, um míssil numa zona residencial em Kryvyi Rih, cidade natal do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, matando 20 pessoas, incluindo nove crianças.

Questionado sobre se as tropas russas podem ter cometido um erro ao lançar um ataque àquela cidade da região oriental de Dnipropetrovsk, Peskov recomendou que as informações divulgadas "seguiam integralmente as declarações do Ministério da Defesa".

Esta foi a primeira reação oficial ao ataque desde que o Ministério da Defesa russo reportou um bombardeamento com armas de precisão a um local que identificou como um ponto de encontro entre oficiais ucranianos e instrutores ocidentais "num dos restaurantes de Kryvyi Rih".

O míssil russo caiu, poucos minutos depois do lançamento, numa área residencial que incluía um parque infantil, prédios de apartamentos, escolas, lojas, empresas e um restaurante.

De acordo com o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, a Rússia utilizou um míssil balístico Iskander-M com uma ogiva de fragmentação, "projetado para atingir uma área maior e um maior número de pessoas".

Zelensky criticou nas últimas horas o que classificou de "resposta fraca" dos Estados Unidos, que ainda não conseguiu convencer a Rússia a aceitar um cessar-fogo, quer por via terrestre, marítima ou aérea.

"Infelizmente, a reação da embaixada dos Estados Unidos é desagradavelmente surpreendente: um país tão forte, um povo tão forte (...) e uma reação tão fraca. Até têm medo de dizer a palavra 'russo' quando falam no míssil que matou as crianças", escreveu o governante ucraniano na plataforma Telegram.

Já na sexta-feira, Zelensky tinha lamentado a reação norte-americana e defendido ser "muito importante que este ataque russo contra as pessoas, contra a cidade, e todos os ataques deste género não fiquem sem resposta por parte do mundo".

O Presidente ucraniano agradeceu a reação firme ao ataque russo dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Chéquia, Finlândia, Lituânia, Letónia, Estónia e Áustria, assim como da chefe da diplomacia da União Europeia, e das embaixadas do Reino Unido, Suíça e Alemanha.

A embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget A. Brink, afirmou na sexta-feira ter ficado "horrorizada com o impacto de um "míssil balístico" perto de um parque infantil e de um restaurante em Kryvyi Rih, afirmando que, pelo elevado número de vítimas mortais e feridos, é "por isso que a guerra deve acabar".

Na sua conferência de hoje, Peskov referiu ainda existir um "grande número" de questões que ainda precisam de ser resolvidas para chegar a um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia.

O Presidente russo, Vladimir "Putin apoia um acordo de cessar-fogo, mas ainda há questões que permanecem sem resposta (...). Isto está ligado à incapacidade do regime de Kyiv de controlar vários grupos extremistas (...) e aos planos para uma maior militarização" da Ucrânia, afirmou o porta-voz.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Ucrânia envia equipa aos EUA para negociar esboço do acordo de minerais

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