"O presente plano define as ações de resposta à deslocação interna e redução da pobreza em matérias de acesso aos serviços sociais básicos como a educação, saúde, saneamento e abastecimento de água, inclusão e segurança social, bem como proteção e oportunidades económicas", disse a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque, durante o lançamento da estratégia denominada "plano de Ação Nacional para Gestão de Deslocados Internos", em Maputo.
Segundo a representante, espera-se que o plano reduza o número de pessoas em risco de deslocamentos no país, além de criar um ambiente favorável para que as pessoas deslocadas encontrem "soluções duradouras" e integração.
"A Política e Estratégia de Gestão dos Deslocados Internos identificam ações para reduzir o risco de deslocamento, com destaque para o mapeamento e avaliação do risco de deslocamento; o encorajamento da retirada voluntária de áreas de alto risco, e o fortalecimento dos sistemas de aviso prévio", explicou ainda Luísa Meque.
Segundo dados oficiais, o número de deslocados internos em Moçambique passou de 609 mil para mais de 800 mil, desde 2023.
Moçambique é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
Só entre dezembro e março últimos, na atual época ciclónica, o país já foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o mais grave, que, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e centro do país.
Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
E desde outubro de 2017, Cabo Delgado, província rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.
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