"Estamos dispostos a exercer mais pressão sobre a Rússia usando todos os instrumentos disponíveis, incluindo a adoção de novas sanções", lê-se numa declaração conjunta dos ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Alemanha, França, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido e da alta representante da União Europeia (UE) para os Assuntos Externos e Política de Segurança, Kaja Kallas.
Os seis MNE e Kaja Kallas estiveram hoje reunidos em Madrid, num novo encontro do grupo conhecido como G5+ ou "Weimar Plus", um fórum de coordenação em matéria de defesa na Europa e de apoio à Ucrânia.
Participaram ainda no encontro de hoje o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, e, por teleconferência, o MNE da Ucrânia, Andriy Sibiga.
"Reiteramos o nosso apoio inquebrável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia, assim como a uma paz global, justa e duradoura baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional", afirmam os MNE da Alemanha, França, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido e Kaja Kallas, na declaração divulgada após o encontro.
O grupo G5+ realça que a Ucrânia, atacada militarmente pela Rússia desde fevereiro de 2022, "demonstrou o compromisso firme com a paz" ao aceitar, nas últimas semanas, "um cessar-fogo total sem condições", mas "a agressão russa não parou".
"A Rússia deve demonstrar agora o seu compromisso sério com o fim da guerra", terminar com "as suas táticas dilatórias" e aceitar um cessar-fogo imediato e incondicional, pedem os signatários do mesmo texto, que reiteram que "uma paz global, justa e duradoura na Ucrânia" é "vital para a Ucrânia, para a Europa e para toda a comunidade internacional".
O grupo G5+ saúda "os esforços a favor de um cessar-fogo", numa referência aos Estados Unidos, que tentam ser mediadores entre as duas partes, mas sublinha por diversas vezes que "a paz deve ser justa e duradoura" e nenhum acordo por ser "uma recompensa para o agressor", "comprometer a segurança euro-atlântica" ou deixar de fora os parceiros europeus de Kiev.
"Estamos dispostos a desempenhar o nosso papel para ser alcançada esta paz. A Europa contribui já com quase dois terços de todo o apoio à Ucrânia e com 60% da ajuda militar", lê-se no texto, que sublinha que "o futuro da Ucrânia está na Europa e na União Europeia" e que "a Europa deve participar plenamente nas negociações".
A declaração reitera também o compromisso de continuar a ajudar financeira e militarmente a Ucrânia tanto a curto como a longo prazo e defende que os ativos russos congelados em países da Europa, em resultado de sanções a Moscovo, devem "continuar retidos" até a Rússia acabar com a guerra e compensar a Ucrânia "pelos danos causados".
Sobre a defesa europeia, a declaração considera que "a Europa deve assumir uma maior responsabilidade em relação à sua própria segurança e estar mais bem equipada para atuar e enfrentar de maneira autónoma os desafios e ameaças imediatos e futuros" e pede que se "acelerem os trabalhos" necessários no quadro do Livro Branco sobre a defesa da UE.
A Comissão Europeia propôs um plano de rearmamento de 800 mil milhões de euros e apresentou um livro branco com medidas a serem adotadas até 2030 na área da segurança.
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