Mosquitos "invadem" Toscana. "Estamos fechados em casa como na Covid"

Os habitantes não podem sair de casa, nem abrir as janelas sem serem rodeados por insetos. Exigem um "estado de emergência" e temem que o turismo no verão seja afetado e traga prejuízos.

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© Massimo Di Nonno/Getty Images

Notícias ao Minuto
30/03/2025 21:26 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

Mundo

Itália

Há várias semanas que milhões de mosquitos têm cercado a lagoa de Orbetello, na região da Toscana, em Itália, bem como as zonas de Capalbio e Talamone, obrigando os habitantes a ficar dentro de casa. Neste momento não podem sair ou abrir as janelas sem serem rodeados por insetos.

 

Quem por lá vive fala num "fenómeno nunca antes visto", com enxames de insetos a infiltrarem-se um pouco por todo o lado: casas, lojas, mercados e até em repartições públicas. Um desses exemplos são os correios de Orbetello, que foram forçados a fechar, nos últimos dias, devido àquilo a que classificaram como "desastre natural".

"Estamos fechados em casa como no tempo da Covid", queixam-se os moradores ao jornal italiano La Stampa, denunciando a impossibilidade de fazer atividades diárias normais, desde compras a simples passeios ao ar livre.

A explicação desta "invasão sem precedentes" é biológica e ambiental, consequência das alterações do equilíbrio ecológico do local. Os mosquitos são comuns em zonas húmidas, mas a propagação fora de controlo é indício de problemas mais profundos que, neste caso, estão relacionados com a qualidade da água e gestão ambiental na lagoa de Orbetello.

Com a acumulação de detritos e a água estagnada, as larvas encontram o habitat perfeito para se desenvolverem descontroladamente. Perante este cenário, as autoridades locais pedem respostas concretas.

Uma petição criada pela população local, a pedir a declaração do estado de emergência, já tinha ultrapassado, às 20h30 deste sábado, as 25 mil assinaturas. O caso já começou também a atrair a atenção dos jornais internacionais, sobretudo os alemães, de onde vêm a maioria dos turistas da região.

"Se não forem tomadas medidas imediatas, arriscamo-nos a arruinar meses de trabalho e de reservas", afirmam os empresários locais.

O autarca de Orbetello, Andrea Casamenti, pediu ajuda ao Ministério do Meio Ambiente do país para lidar com a emergência. Garante já ter sido acordado um plano para uma "intervenção extraordinária", mas os detalhes ainda estão a ser definidos.

"Estamos a fazer tudo o que é possível, mas precisamos de intervenções mais incisivas do Estado e da região. Os tratamentos anti larvas começaram em fevereiro e vão continuar até outubro, mas a situação exige uma resposta mais coordenada e em larga escala", explicou Andrea Casamenti ao mesmo jornal italiano.

Na última quinta-feira, a presidente da Câmara de Siena, Nicoletta Fabio, assinou um decreto específico sobre a prevenção e controlo de doenças transmitidas por insetos. As medidas serão válidas entre 1 de abril, a próxima terça-feira, e 30 de novembro deste ano.

O objetivo é reduzir o risco de propagação de doenças infeciosas transmissíveis através da picada dos mosquitos, garantindo a proteção da saúde pública.

Leia Também: Dengue em mosquitos na Madeira? "Não vale a pena termos alarmes"

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