"A resposta da junta militar ao ciclone Mocha e ao tufão Yagi demonstra a sua vontade de usar a ajuda humanitária como arma quando há desastres naturais", declarou o relator especial da ONU, Thomas Andrews, na rede social X.
"O mundo deve trabalhar com o Governo de Unidade Nacional [estabelecido no exílio após o golpe militar em 2021], as organizações étnicas e os grupos da sociedade civil para garantir que esta ajuda chega àqueles que mais precisam", acrescentou o representante da ONU.
Esta situação pode repetir-se após o terramoto de magnitude 7,7 na escala de Richter que abalou Myanmar na sexta-feira, que matou mais de 1.600 pessoas e fez vários milhares de feridos.
Andrews pediu ainda à junta militar que "seguisse" o exemplo do governo democrático que está no exílio e que "declarasse um cessar-fogo imediato".
"O recrutamento deve ser suspenso, e os trabalhadores humanitários não devem ter de temer ser presos ou ainda que seja dificultada ou obstruída a entrega da sua ajuda onde é mais necessária", acrescentou o relator da ONU.
A junta militar de Myanmar liderou um golpe de Estado em fevereiro de 2021 e afastou o Governo democraticamente eleito liderado por Aung San Suu Kyi, que foi galardoada com o prémio Nobel da Paz em 1991.
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