Dezasseis crianças, entre os dois e os quatros anos, e uma professora morreram após o edifício da creche de dois andares colapsar durante o sismo, em Kyaukse, cidade no sul de Mandalay, Myanmar, na sexta-feira.
Segundo conta o The Guardian, as crianças estavam a dormir a sesta quando ocorreu o tremor de terra e, durante várias horas, as equipas de resgate procuraram sobreviventes nos destroços.
Um voluntário, Thar Nge, relatou que limparam os destroços com escavadoras e que usaram ferramentas manuais para salvar as pessoas, revelando que ajudou uma menina de quatro anos, que lhe implorou que a salvasse, a ir para um local seguro.
A menina foi uma de 12 crianças resgatadas com vida. Foram também resgatados quatro professores.
A junta militar no poder em Myanmar declarou no sábado que 1.644 pessoas morreram, 3.408 ficaram feridas e 139 desapareceram no sismo que atingiu o país na sexta-feira.
Na sequência do sismo, o exército declarou estado de emergência em Sagaing, Mandalay, Magway, Shan, Naypyidó e Bago, áreas onde existe um conflito ativo entre o exército e várias guerrilhas.
O Governo de Unidade Nacional (NUG), oposição, acusou no sábado a junta militar de continuar os bombardeamentos em Sagaing, ao mesmo tempo que anunciou uma trégua de duas semanas nas zonas afetadas.
A trégua, segundo o NUG, tem como objetivo "facilitar as operações de resgate das pessoas presas debaixo dos escombros e nos edifícios desmoronados", embora continue a usar a força para ações defensivas em caso de eventuais ataques da junta militar, que detém o poder desde o golpe de Estado de 2021.
Um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter provocou na sexta-feira o colapso de vários edifícios e monumentos em Myanmar (antiga Birmânia), no Sudeste Asiático.
O sismo foi registado às 06h20 (hora de Lisboa). Ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros (km), com epicentro a cerca de 17 km de Mandalay, a segunda cidade da Birmânia, com 1,2 milhões de habitantes, e 270 km a norte da capital Naipidau.
O sismo também foi também sentido em países vizinhos como a China, a Índia e a Tailândia, cuja capital, Banguecoque, viu ruir uma torre de escritórios em construção na qual estão presas dezenas de pessoas.
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