O primeiro país a receber as doses deste programa de vacinação foi os Camarões e, um ano depois, um período considerado curto do ponto de vista epidemiológico, "as autoridades sanitárias estão a monitorizar o seu impacto e os primeiros indicadores são promissores", de acordo com um comunicado de imprensa da Gavi, a Aliança para as Vacinas.
Até à data, 17 países africanos introduziram a vacina contra a malária nos seus programas de imunização e mais de 9,8 milhões de doses foram distribuídas, salientou a Gavi.
Os dados publicados em janeiro pelo "Programa Alargado de Imunização dos Camarões" mostram que 57% dos distritos que receberam a vacina registaram uma diminuição das mortes relacionadas com a malária entre as crianças com menos de 5 anos.
"Num país com uma elevada incidência como os Camarões, onde a malária causa mais de 13.000 mortes por ano e é responsável por quase 30% de todas as consultas hospitalares, cada ponto percentual de redução nos casos, mortes e consultas representa vidas transformadas", comentou a diretora da Gavi, Sania Nishtar.
Segundo esta médica, o programa pretende "reduzir a pressão que a malária exerce sobre os sistemas de saúde africanos".
Esta doença, transmitida pela picada de certos mosquitos, matou 597.000 pessoas em 2023.
A utilização de duas vacinas contra a malária é agora recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nas zonas em causa.
A Gavi estima que cinco milhões de crianças puderam receber a vacina e planeia introduzi-la em mais seis a oito países este ano, incluindo o Uganda, a Etiópia, a Guiné-Conacri, o Mali e o Burundi, a fim de proteger mais 13 milhões de crianças.
"Entre 2026 e 2030, a Gavi, presidida pelo antigo primeiro-ministro português Durão Barroso, pretende ajudar os países a proteger mais 50 milhões de crianças com quatro doses da vacina contra a malária", afirmou a organização com sede em Genebra.
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