Num memorando hoje difundido, a secretária interina do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Dorothy Fink, disse aos líderes da equipa da agência que tinha sido ordenada uma "pausa imediata" em, entre outras coisas, regulamentos, orientações, anúncios, comunicados de imprensa, publicações nas redes sociais, até que tais comunicações fossem aprovadas por um nomeado político.
A pausa também se aplica a tudo o que se pretenda divulgar no Federal Register - a plataforma onde o poder executivo comunica regras e regulamentos - e no Morbidity and Mortality Weekly Report, uma publicação científica dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.
A pausa estará em vigor até 01 de fevereiro, refere o memorando.
Um antigo funcionário das autoridades de saúde norte-americanas comentou que não é invulgar que as novas administrações suspendam temporariamente as comunicações da agência, para revisão de procedimentos.
Contudo, normalmente, os funcionários que trabalham na equipa de transição do Presidente têm o processo de emissão de documentos a funcionar sem problemas até ao dia da tomada de posse.
"O poder executivo é uma hierarquia", disse Steven Grossman, que é agora consultor de empresas de alimentos e medicamentos.
"Seja declarado publicamente ou não, cada nova administração quer que os compromissos e posições importantes esperem até que as novas equipas estejam em ação e alguma aparência de hierarquia seja restaurada", comentou Grossman.
Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), os nomeados políticos do Presidente tentaram obter o controlo sobre as plataformas de comunicação externa, que tinha divulgado informações sobre a pandemia de covid-19 que entravam em conflito com as mensagens da Casa Branca.
No memorando hoje divulgado, Fink esclareceu que seriam feitas algumas exceções para comunicações que afetassem "funções críticas de saúde, segurança, ambiente, finanças ou segurança nacional", mas que estas estariam sujeitas a revisão.
Contudo, já na terça-feira e ainda hoje, uma agência federal de saúde divulgou avisos sobre cartas de advertência enviadas às empresas e um aviso de segurança dos medicamentos.
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