O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) indicou em comunicado que tinha contabilizado 130 libertações, enquanto a lista disponibilizada em linha pela Justiça 11J incluía pouco depois 136 pessoas.
A maioria das pessoas libertadas são homens jovens, sem historial de ativismo prévio, que tinham participado nos protestos antigovernamentais de 11 de julho de 2021, que foram os maiores em décadas, e que ficaram oficialmente em liberdade condicional.
Mas também foram libertados opositores históricos, como Félix Navarro e José Daniel Ferrer, e ativistas, como Luis Robles e a 'Dama de Branco' Tania Echeverría.
Na terça-feira, os dirigentes de Havana anunciaram a libertação gradual de 553 presos. Na quinta-feira, quantificaram em 127 os que já tinham sido libertados.
Pouco antes, o governo dos EUA tinha anunciado que retirava Cuba da sua lista de países promotores do terrorismo, adiantando que era parte de um acordo com o de Cuba, mediado pelo Vaticano, que incluía estas libertações.
Várias ONG mostraram preocupação pela falta de transparência do governo cubano, pelo uso da liberdade condicional em vez da libertação com extinção da pena e pela percentagem de presos de delito comum libertados no processo.
Comparando com as 553 pessoas que os dirigentes cubanos vão libertar, a ONG Prisoners Defenders tinha registado no final de 2024 um total de 1.161 presos políticos em Cuba.
A Justicia 11J, por sua vez, tinha quantificado em 549 os manifestantes condenados pelos protestos de 11 de julho de 2021.
Esta é a primeira libertação de presos em Cuba desde 2019, quando foram indultados 2.604. Antes, em 2015, um total de 3.522 presos foram libertados como "gesto humanitário" no contexto de uma visita do papa Francisco.
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