Oron Shaoul, 21 anos, perdeu a vida a 20 de julho de 2014 numa explosão enquanto se deslocava num veículo militar durante uma operação na Cidade de Gaza, no norte, incidente que também resultou na morte de outros seis soldados.
Uma década após a sua morte, o corpo de Shaoul foi recuperado pelas forças israelitas durante uma operação militar especial no domingo, momentos antes da entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, segundo o exército.
Oron Shaoul e outro soldado, Hadar Goldin, cujos restos mortais ainda se encontram em Gaza, estiveram no centro das negociações indiretas entre Israel e o Hamas durante anos.
Os dois soldados israelitas fazem parte da lista de reféns do acordo de cessar-fogo com o Hamas, juntamente com dois civis presumivelmente vivos que entraram na Faixa de Gaza em 2014 e 2015, respetivamente, e que continuam detidos no território palestiniano, controlado pelo Hamas desde 2007.
Após 15 meses de conflito na Faixa da Gaza, o Hamas e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo de seis semanas que entrou em vigor no domingo, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Durante as seis semanas, serão ainda realizadas negociações para uma segunda fase da trégua, que permitirá a libertação de todos os reféns israelitas em Gaza e lançará as bases para o fim da guerra.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje à mãe de Shaoul que nunca se deixou de preocupar com a missão de trazer de volta o corpo do seu filho, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
Netanyahu reiterou ainda que Israel "não descansará enquanto não trouxer de volta Hadar Goldin e todos os reféns, vivos e mortos".
O Presidente de Israel, Isaac Herzog, que compareceu ao funeral, pediu desculpas à família por o Estado de Israel não ter conseguido trazer Oron Shaoul de volta ao país mais cedo.
"Querida família Shaoul, em nome de todo o Estado de Israel, peço perdão - pelos anos de tortura por que passaram, pela espera do regresso do vosso filho e irmão", lamentou o Presidente.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez cerca 250 reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, provocando mais de 47 mil mortos e cerca de 111 mil feridos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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