"Foram registadas mais mortes na sequência do incêndio. A última contagem é de 98 mortos, 69 feridos e 20 estabelecimentos queimados", confirmou o diretor-geral da Agência de Gestão de Emergências do Estado do Níger (NSEMA), Abdullahi Baba-Arah, num comunicado divulgado hoje pelos meios de comunicação locais.
No domingo, Baba-Arah disse que 80 dos mortos "foram enterrados numa vala comum no Centro de Cuidados de Saúde Primários de Dikko, enquanto cinco foram recolhidos pelos seus familiares para serem enterrados na cidade", tendo um morrido após de ter sido levado para o hospital.
A explosão ocorreu por volta das 09:00 horas locais (08:00 em Lisboa) na cidade de Gurara, num cruzamento da estrada que liga a capital do país, Abuja, à cidade de Kaduna, no norte.
Um camião que transportava gasolina capotou e, ao tentar transferir a carga para outro veículo, o combustível entrou em contacto com um gerador, provocando uma explosão.
A maioria dos mortos eram residentes da comunidade e transeuntes que se aproximaram após o capotamento do camião para tentar recolher o combustível derramado, como acontece frequentemente nestas ocasiões, e foram apanhados pelas chamas.
Num comunicado divulgado no sábado na rede social X, a Agência Nacional de Gestão de Emergências da Nigéria (NEMA) disse que a maioria dos mortos ficou irreconhecível devido às queimaduras e que os feridos foram transferidos para hospitais próximos para receberem cuidados médicos urgentes.
O governador do estado do Níger, Mohammed Umar Bago, que se deslocou ao local no sábado, emitiu uma diretiva para que os veículos não utilizassem uma ponte no cruzamento onde ocorreu o incidente, mas sim uma passagem subterrânea.
O incidente ocorreu poucos meses depois de 170 pessoas terem morrido numa explosão semelhante, na noite de 15 de outubro, no norte do país, no estado de Jigawa.
Estes incidentes com camiões-cisterna ocorrem com relativa frequência na Nigéria, uma das potências petrolíferas de África.
Embora a prática da tentativa de recolha de combustível não seja nova, a situação agravou-se após o Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, ter retirado os subsídios à gasolina no ano passado, o que fez aumentar o preço e provocou fortes protestos.
O preço do litro de combustível aumentou mais de 400%, só nos últimos 18 meses.
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