Itália quer ser "ponte entre a nova Síria e a UE", diz MNE em Damasco

A Itália quer "ser uma ponte entre a nova Síria e a União Europeia", afirmou hoje o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, numa conferência de imprensa em Damasco após um encontro com o líder interino Ahmed al-Charaa.

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© LOUAI BESHARA/AFP via Getty Images

Lusa
10/01/2025 11:06 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Síria

Depois de ter presidido, na quinta-feira à noite, em Roma, a uma reunião do chamado "quinteto sobre a Síria" -- que junta Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Itália, assim como a Alta Representante da UE --, para concertar posições com vista a um processo de transição pacífica na sequência da queda do regime de Bashar al-Assad, Tajani rumou a Damasco para se encontrar com as novas autoridades sírias, a exemplo do que já haviam feito os seus homólogos de Alemanha e França.

 

"A partir de hoje, estamos a iniciar um novo curso de relações políticas, diplomáticas e de amizade entre a Itália e a Síria. Estamos prontos para apoiar o relançamento económico e social de um país mediterrânico rico em história e em laços com a Itália", comentou o vice-primeiro-ministro italiano, acrescentando que Roma conta "fazer mais, também com o recurso à cooperação italiana para o desenvolvimento".

Além do encontro com Ahmed al-Charaa, durante a sua estadia em Damasco o chefe da diplomacia italiana conta encontrar-se "também com o ministro dos Negócios Estrangeiros, a sociedade civil e os cristãos", tal como anunciara na véspera.

Tajani já indicara à margem da reunião do "quinteto" que "o objetivo é ter uma Síria estável, com unidade territorial e na qual todos sejam reconhecidos como cidadãos com direitos e deveres iguais", considerando fundamental "a coordenação e a coesão entre as diplomacias" para alcançar esse objetivo comum.

Questionado à entrada para essa reunião sobre a possibilidade de a UE levantar as sanções impostas à Síria durante o regime de Bashar al-Assad -- tal como já defenderam Paris e Berlim -, Tajani manifestou-se favorável a que essa questão seja discutida, mas entre todos os Estados-membros, insistindo que os "sinais positivos" dados até agora pelo novo regime devem ser "encorajados".

"Temos de falar sobre o assunto. A situação na Síria mudou e, por isso, temos de ver se alteramos a posição da UE. As sanções são decididas em conjunto e esta é uma questão que tem de ser aberta, porque Assad já não está lá. Penso que os sinais positivos vindos de Damasco devem ser encorajados", afirmou Tajani por ocasião da reunião de Roma que antecedeu a sua viagem a Damasco.

Após 13 anos de guerra, grupos armados liderados pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) tomaram a capital síria, Damasco, a 08 de dezembro e depuseram o presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.

O governo de transição está a pressionar para o levantamento das sanções internacionais contra o país, mas muitas capitais, incluindo Washington, afirmaram esperar para ver como as novas autoridades exercem o seu poder antes de levantarem as restrições.

Os Estados Unidos aliviaram na segunda-feira algumas restrições para permitir a entrada de ajuda humanitária, uma medida que, porém, não levanta as sanções à Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil.

Leia Também: Síria. Estados Unidos são os únicos interlocutores da Turquia

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