Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse em conferência de imprensa que a China "sempre insistiu que o desenvolvimento das relações sino - alemãs deve basear-se nos princípios do respeito mútuo e da não-interferência nos assuntos internos de cada um".
Guo disse que a China "promove uma cooperação mutuamente benéfica com a Alemanha com base no cumprimento das leis e regulamentos".
"Esperamos que a Alemanha não exagere o alegado 'risco de espionagem chinesa'", acrescentou o porta-voz, manifestando esperança de que Berlim "não coloque obstáculos ao desenvolvimento saudável e estável das relações" bilaterais.
A Procuradoria-Geral do Estado (GBA) da Alemanha acusou os três cidadãos alemães, detidos a 22 de abril do ano passado, de espionagem e evasão de sanções.
Um deles, Thomas R., que entretanto foi colocado em prisão preventiva, iniciou atividades de espionagem em 2017 por conta de um agente dos serviços secretos chineses MSS, afirmou a GBA, num comunicado difundido na quinta-feira.
O próprio Thomas R. e, sob as suas instruções, o casal Herwig F. e Ina F. recolheram informações na Alemanha sobre tecnologias inovadoras que eram úteis do ponto de vista militar, de acordo com o Ministério Público.
Para o efeito, utilizaram alegadamente uma empresa gerida pelo casal em Düsseldorf (oeste), através da qual estabeleceram contactos com empresas e instituições científicas.
Entre fevereiro de 2017 e abril de 2024, em particular, terão recolhido informações que poderiam ajudar a expandir a capacidade de combate marítimo da China, incluindo dados sobre motores marítimos, sistemas de sonar, sistemas de proteção antiaérea, sistemas de propulsão para veículos blindados e veículos aéreos não tripulados ("drones") militares, segundo a acusação.
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