Londres recusa condenar comentários de Trump sobre Gronelândia

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, recusou hoje condenar as declarações do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre anexar o Canal do Panamá e a Gronelândia, pela força se necessário.

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© Rasid Necati Aslim/Anadolu via Getty Images

Lusa
09/01/2025 10:15 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

EUA

"Não me compete condenar o nosso aliado mais próximo. O meu trabalho é interpretar o que está por detrás disto, e há questões muito sérias de segurança económica nacional. Foi com base nisso que Donald Trump ganhou a sua eleição", afirmou numa entrevista à estação Sky News.

 

No entanto, numa outra entrevista à estação BBC, Lammy mostrou-se convicto de que "isso não vai acontecer". 

"Penso que sabemos, com base no primeiro mandato de Donald Trump, que a intensidade da sua retórica e a imprevisibilidade, por vezes, do que diz, podem ser desestabilizadoras. Foi o que fez com a NATO. Mas, de facto, na prática, enviou mais tropas para a Europa durante a sua administração e enviou os primeiros Javelins [armas antitanque] e armas para a Ucrânia durante o seu governo", recordou.

O chefe da diplomacia britânica disse suspeitar que, relativamente à Gronelândia, "o que ele está a visar são as suas preocupações com a Rússia e a China no Ártico, as suas preocupações com a segurança económica nacional". 

"Ele reconhece, estou certo, que, no final de contas, a Gronelândia é atualmente uma região autónoma da Dinamarca. Há um debate na Gronelândia sobre a sua própria auto-determinação. Mas, por detrás disso, penso que estão as suas preocupações com o Ártico", acrescentou.

Lammy admitiu que os EUA têm um interesse particular porque têm tropas e uma base militar na Gronelândia, mas não acredita numa invasão militar do território dinamarquês. 

"Sejamos sérios... Isso não vai acontecer porque nenhum aliado da NATO entrou em guerra desde o nascimento da NATO", vincou. 

O próprio secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, rejeitou na quarta-feira a ideia de anexar a Gronelândia proposta pelo Presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assegurando que tal não acontecerá.

"A ideia expressa sobre a Gronelândia não é obviamente uma boa ideia, mas talvez mais importante, não vai acontecer", disse Blinken numa conferência de imprensa em Paris.

Trump, que tomará posse no próximo dia 20 de janeiro, declarou no mês passado que a "propriedade e o controlo" do território, que pretendia adquirir durante a sua primeira presidência, é "uma necessidade absoluta" para a segurança nacional dos EUA.

Após a visita privada do seu filho mais velho, Donald Trump Jr., à Gronelândia, na terça-feira, o Presidente eleito não excluiu, numa conferência de imprensa no mesmo dia, um hipotético recurso à força militar ou à imposição de tarifas à Dinamarca para assumir o controlo da ilha.

Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.

Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.

Embora a maioria dos partidos e a população defendam a separação da Dinamarca, metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhaga e as tentativas de obter receitas da sua riqueza mineral e petrolífera falharam até agora devido às dificuldades e ao elevado custo da extração.

Os EUA mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.

Os governos alemão e francês criticaram publicamente os planos de expansão de Donald Trump.

Leia Também: Anexação da Gronelândia? "Não vai acontecer", garante Blinken

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