A revista francesa Paris Match divulgou, na quarta-feira, uma fotografia de Marine Le Pen a chorar após tomar conhecimento da morte do pai, o histórico Jean-Marie Le Pen, quando estava num avião de regresso a França. A publicação foi alvo de críticas e, entretanto, eliminada.
Num artigo, intitulado 'Em imagens, o momento em que Marine Le Pen soube da morte do seu pai', a revista mostrou a líder da extrema-direita francesa a chorar com a mão na cara no corredor do avião.
Numa publicação na rede social X, também já eliminada, Jordan Bardella, o número dois de Marine Le Pen e presidente do seu partido União Nacional (RN), criticou a divulgação da fotografia, considerando estar em causa "uma indignidade sem medida".
"A publicação pela Paris Match de uma fotografia de Le Pen, no momento em que ela soube da morte do seu pai, é uma indignidade sem medida", criticou Bardella, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
"Contactados pela nossa equipa, os editores ficaram satisfeitos e aceitaram a responsabilidade. Se a desonra tivesse um nome esta noite, seria Paris Match", acrescentou.
Marine Le Pen, recorde-se, soube da morte do pai através de jornalistas num avião no regresso de uma visita a Mayotte, na terça-feira. A notícia foi anunciada pela família de Jean-Marie Le Pen à AFP, indicando que o histórico estava "rodeado pela família" e "foi chamado de volta a Deus às 12h00" (11h00 em Lisboa).
Jean-Marie Le Pen retirou-se progressivamente da vida política a partir de 2011, quando Marine assumiu a presidência do partido, que liderou até novembro de 2023.
Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido pela sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo, que lhe valeu tanto apoiantes fiéis como uma condenação generalizada.
Em 2018, Marine Le Pen mudou o nome do partido para se demarcar da sua imagem "demonizada" e expandir o seu apelo eleitoral, culminando no seu próprio sucesso.
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