De acordo com a seguradora, o setor farmacêutico na União Europeia exporta 15% da sua produção para os Estados Unidos, sendo que a Irlanda exporta cerca de 40% e a Dinamarca 30%.
"O setor farmacêutico da Dinamarca pode sofrer se o Presidente Trump impuser tarifas sobre produtos dinamarqueses específicos para pressionar a Dinamarca a ceder o controlo da Groenlândia", explicou o especialista no setor farmacêutico para a Europa da Crédito y Caución, Rubén del Rio.
Já relativamente à Irlanda, esta encontra-se mais exposta tendo em conta que "os produtos farmacêuticos constituem uma parte significativa do seu excedente comercial" e a nova administração dos EUA "ameaça utilizar os direitos aduaneiros para forçar a deslocalização da sua produção".
Os Estados Unidos são também o principal destino do setor automóvel europeu representando 20% das exportações, "o que deixa a indústria vulnerável à ameaça tarifária", sendo que "setor pode cair acima de 5% até 2025 na Alemanha ou na Itália".
"Diferenças na procura do mercado e preferências do consumidor, barreiras logísticas, regulamentações e concorrência crescente de países como China e Coreia do Sul tornam improvável que as vendas perdidas nos EUA possam ser totalmente compensadas no curto prazo", afirmou o diretor de risco na Alemanha, Jens Stobbe.
No relatório da seguradora consta que "ainda é viável para os Estados Unidos e a União Europeia" negociarem "uma saída para uma guerra comercial em larga escala em que não haverá vencedores", apesar de as primeiras tarifas dos EUA terem sido "recebidas com um pacote retaliatório no valor de quase dólar por dólar".
A Crédito y Caución considera ainda que "nada é certo nesta nova realidade económica" e que nem os EUA nem a União Europeia "parecem dispostos a aceitar" um compromisso para "sair do abismo.
As taxas de 25% impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ao aço e ao alumínio entraram provisoriamente em vigor há cerca de duas, marcando uma nova etapa na guerra comercial entre os Estados Unidos e os principais parceiros comerciais.
Ao que a Comissão Europeia anunciou contramedidas a partir de abril, sendo que as tarifas norte-americanas valem cerca de 28 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros), o bloco comunitário respondeu com contramedidas no mesmo valor.
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