A maioria dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decidiu na segunda-feira, em dois plenários, pela desconvocação da greve parcial prevista para hoje, após aceitação da proposta da empresa para satisfazer as suas reivindicações.
Também foram igualmente suspensas as greves em curso aos eventos especiais e ao trabalho suplementar.
Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa explicou que "o serviço de exploração far-se-á com normalidade durante o horário normal de exploração, ou seja, entre as 06h30 e as 01h00".
"A Administração do Metropolitano de Lisboa congratula-se com o desfecho destas negociações e enaltece o espírito construtivo que permitiu a conciliação de posições", pode ler-se.
Também o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, congratulou-se "com o entendimento alcançado e com a suspensão da paralisação", reiterando, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu ministério, a "sua postura de continuidade para o diálogo com os sindicatos do setor".
Os dois plenários de segunda-feira surgiram após as reuniões entre o Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa e o sindicato, que decorreram na quarta-feira e no sábado, tendo sido apresentadas as propostas da empresa.
Sara Gligó, da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, tinha adiantado antes à Lusa que a empresa "acedeu ao pagamento das denominadas variáveis (trabalho suplementar e feriados) e ao regulamento das carreiras" de 2023 e 2024, além do "pagamento das decisões transitadas em julgado relativas aos processos de créditos de variáveis, nos termos das sentenças".
O pagamento das variáveis relativo ao ano de 2023 será processado no mês de janeiro de 2025 e o pagamento relativo ao ano de 2024 no processamento do mês de fevereiro do próximo ano, explicitou.
Além disso, a empresa compromete-se a iniciar em janeiro o processo negocial sobre o Regulamento de Carreira, nos termos das propostas apresentadas pela empresa e pelas associações sindicais, além de aceitar também negociar sobre as variáveis remuneratórios anteriores ao ano de 2023, tendo em vista a obtenção de um acordo até ao final do primeiro trimestre de 2025.
A empresa propõe ainda, de acordo com a Fectrans, alterar o horário dos inspetores de via e oficiais de via, ajustando-os à regulamentação e legislação aplicável.
Os trabalhadores do Metro de Lisboa cumpriram em 04 de dezembro uma greve parcial, com a adesão a rondar os 90%.
Em 06 e 14 de novembro, foram também cumpridas duas paralisações parciais que tiveram uma adesão a rondar os 90%, de acordo com a Fectrans, e que impediram a abertura de todas as estações até meio da manhã.
Normalmente, o serviço funciona entre as 06h30 e as 01h00 nas quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
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