Empresa austríaca de hidrocarbonetos OMV cancela contrato de gás com Gazprom

A empresa austríaca de hidrocarbonetos (OMV), participada pelo Estado austríaco, anunciou hoje o cancelamento imediato do seu contrato de compra de gás com a estatal russa Gazprom.

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Lusa
11/12/2024 23:57 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Gazprom

"A OMV decidiu cancelar, com efeito imediato, o acordo de compra de gás com a Gazprom Export, porque a Gazprom teve incumprimentos fundamentais do contrato", anunciou a empresa, em comunicado.

 

Segundo o grupo austríaco, desde 16 de novembro de 2024 que não recebeu gás sob o contrato vigente.

A medida foi tomada depois de um conflito iniciado novembro, quando a OMV aplicou uma penalização arbitral de 230 milhões de euros à Gazprom, por esta reter envios de gás para compensar problemas nos fornecimentos à sua filial alemã.

A Gazprom considerou esta ação como uma falta de pagamento e suspendeu as entregas nove dias depois.

A OMV, que mantém relações comerciais com a Gazprom desde 1968, era uma das poucas compradoras europeias que continuavam a adquirir gás russo depois da invasão da Ucrânia em 2022.

Este grupo energético é um dos mais importantes de Europa central e está cotado em bolsa, apesar de o capital estar concentrado no Estado austríaco, com 31%, e no governo dos Emirados Árabes Unidos, com quase 25%.

A Áustria foi o primeiro Estado ocidental a comprar gás à União Soviética, em 1968. Desde então, a OMV tem sido um dos clientes mais leais da Gazprom.

Em 2018, o contrato de fornecimento entre a OMV e a Gazprom - que é confidencial - foi prolongado até 2040, incluindo uma cláusula que obrigava a OMV a pagar o gás contratado, no valor de milhares de milhões de euros por ano, mesmo que renunciasse ao mesmo de forma unilateral.

Esta foi uma das principais razões avançadas até agora pela OMV para manter o vínculo com a Gazprom depois da invasão russa da Ucrânia.

Acaba assim uma relação energética com mais de 50 anos entre a Áustria e a Federação Russa (agora) e a União Soviética (antes).

Leia Também: Fluxo de gás para a Europa através da Ucrânia mantém-se estável

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