Uma decisão final sobre a paralisação agendada depende, no entanto, de novo plenário a realizar na noite de hoje.
Em declarações à Lusa, Sara Gligó, da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, explicou que a maioria dos trabalhadores que se reuniu esta manhã em plenário, no Parque de Material e Oficinas da Pontinha III, "votou a favor da proposta da empresa".
No entanto, a sindicalista sublinhou que a desconvocação da greve parcial de terça-feira só ficará decidida após o plenário da noite, que será para os trabalhadores da via e serviços noturnos.
"Só depois de ouvidos todos é que se pode decidir. Para já, ainda nada está fechado", explicou.
Num comunicado divulgado ao final da tarde, o Metropolitano de Lisboa salienta "o espírito construtivo" que tem existido nas negociações e apela aos utentes para se manterem informados "através da comunicação social e dos canais de comunicação da empresa, onde serão disponibilizadas todas as atualizações da informação sobre a greve convocada" para terça-feira.
Os dois plenários de hoje surgem após as reuniões entre o Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa e o sindicato, que decorreram na quarta-feira e no sábado, tendo sido apresentadas as propostas da empresa.
De acordo com Sara Gligó, a empresa "acedeu ao pagamento das denominadas variáveis (trabalho suplementar e feriados) e ao regulamento das carreiras" de 2023 e 2024, além do "pagamento das decisões transitadas em julgado relativas aos processos de créditos de variáveis, nos termos das sentenças".
O pagamento das variáveis relativo ao ano de 2023 será processado no mês de janeiro de 2025 e o pagamento relativo ao ano de 2024 no processamento do mês de fevereiro do próximo ano, explicitou.
Além disso, a empresa compromete-se a iniciar em janeiro o processo negocial sobre o Regulamento de Carreira, nos termos das propostas apresentadas pela empresa e pelas associações sindicais, além de aceitar também negociar sobre as variáveis remuneratórios anteriores ao ano de 2023, tendo em vista a obtenção de um acordo até ao final do primeiro trimestre de 2025.
A empresa propõe ainda, de acordo com a Fectrans, alterar o horário dos inspetores de via e oficiais de via, ajustando-os à regulamentação e legislação aplicável.
Os trabalhadores do Metro de Lisboa cumpriram em 04 de dezembro uma greve parcial, com a adesão a rondar os 90%. Para esta terça-feira, está prevista a repetição da greve, entre as 05:00 e as 10:00, para exigir a resolução dos "incumprimentos sucessivos" da transportadora quanto a pagamentos das denominadas variáveis e o cumprimento do Acordo de Empresa.
Normalmente, o serviço funciona entre as 06:30 e as 01:00 nas quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
Em 06 e 14 de novembro, foram também cumpridas duas paralisações parciais que tiveram uma adesão a rondar os 90%, de acordo com a Fectrans, e que impediram a abertura de todas as estações até meio da manhã.
[Notícia atualizada às 18h34]
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