"É necessário valorizar outras carreiras, nomeadamente a dos assistentes operacionais. Temos funcionários com 30, 40, anos de casa e que ganham o ordenado mínimo ou pouco mais do que isso e, ao longo dos anos, foram perdendo rendimento real e poder de compra", desafiou Paulo Almeida.
O presidente social-democrata do Município de Castro Daire falava para o primeiro-ministro, que se fez acompanhar a esse concelho do distrito de Viseu com outros governantes, para inaugurar obras num total de 12 milhões de euros (ME) de investimento.
Paulo Almeida justificou o lançamento do repto, porque "os indicadores de desempenho estão a ser bastante positivos; a execução orçamental, o crescimento da economia, o aumento da produtividade, estão a superar as melhores expectativas".
"A valorização das carreiras profissionais bem feita é o caminho para o sucesso", reforçou o autarca que já assumiu a sua candidatura para um terceiro e último mandato pelo PSD.
A presença de hoje do primeiro-ministro estava prevista para acontecer em 20 de setembro de 2024, mas devido aos incêndios que nesses dias atingiram vários concelhos do Centro e Norte do país, nomeadamente o de Castro Daire, tiveram de adiar a cerimónia de inaugurações.
O jardim municipal, a requalificação da avenida 25 de Abril, com ciclovia, a requalificação da Escola Secundária n.º 3 de Castro Daire, a inauguração da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arcas totalizam cerca de 5,5 ME.
A tarde acabou nas Termas do Carvalhal, cuja abertura do concurso internacional para a requalificação foi hoje assinado pelo presidente da Câmara de Castro Daire, terão um investimento de 6,5 ME.
No entender de Paulo Almeida, após a requalificação "vai modernizar um dos grandes polos de desenvolvimento" do concelho e, a este propósito, também lançou um desafio à ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, ali presente.
"Em breve, é nossa ambição procedermos ao aproveitamento geotérmico para fornecimento à comunidade para as empresas e aos comércios, sendo desta forma mais uma medida verde, contribuindo positivamente" para as ambições ambientais, disse.
Ainda na senda dos pedidos, Paulo Almeida pediu políticas "verdadeiramente sociais e serviços públicos de proximidade de elevada qualidade", mas, acima de tudo, destacou, são precisas pessoas que só se fixam, nomeadamente os empresários, com devidos "apoios e estímulos, principalmente, em territórios de menor densidade".
"Temos todos de ser mais céleres, com menos burocracia administrativa nos vários tipos de licenciamento existentes. Grande parte do território do nosso país está abandonado e sem pessoas, são poucos os investidores disponíveis, pelo que não os podemos deixar fugir por questões meramente administrativas", apelou.
O primeiro-ministro, que tomou a palavra depois, durante 15 minutos, não abordou a valorização profissional lançada pelo autarca, focando-se nas medidas que tomou nos quase 11 meses em que governou.
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