A mãe da namorada do homem suspeito do homicídio de Manuel Gonçalves, conhecido como 'Manu', junto ao Bar Académico, em Braga, contou que a filha pediu para passar o fim de semana, juntamente com o namorado, numa casa de férias da família na zona de Castelo Branco, onde viria a ocorrer a sua detenção.
Numa entrevista exclusiva à TVI, a mãe contou que a família assistiu à detenção, que aconteceu sem qualquer resistência por parte do suspeito, naquela casa da aldeia do Sopecal.
"Enquanto estavam aqui chegou a Polícia Judiciária e prendeu-o", disse a mulher, que não foi identificada, referindo que o casal viajou desde Braga de autocarro.
Interrogado sobre se sabiam o que estava em causa, negou: "Não fazíamos nenhuma ideia".
Sobre a noite do crime, a mulher disse que a filha "não estava" no Bar Académico e que sabe apenas o que o namorado, Mateus Machado, de 27 anos, "lhe contou".
A menor, de 17 anos, está agora em choque, segundo a progenitora, e diz que o namorado, com quem estaria há dois anos, é inocente.
A mãe da jovem disse ainda que "não sabia" a idade de Mateus. "Pensávamos que era muito mais novo. Ela nunca viveu com ele. Saíam juntos e passavam tempo juntos, mais nada", completou.
Note-se que Mateus Machado foi, na quinta-feira, detido pela Polícia Judiciária, que deu conta de que o suspeito de homicídio qualificado, de 27 anos, "já se encontrava em fuga, refugiado numa zona isolada do interior do país e a preparar-se para fugir para o estrangeiro."
Em declarações aos jornalistas, o seu advogado, António Falé de Carvalho, defendeu que "tudo indica ou tudo está explícito de que não foi ele quem assassinou" Manuel Gonçalves e não se iria dar como culpado.
Hoje, o Jornal de Notícias, que citou fontes policiais, indicou que Mateus Machado, de nacionalidade brasileira, ia ser expulso de Portugal por ter cadastro nos Estados Unidos. O suspeito estava a residir em Portugal ao abrigo do regime de manifestação de interesse e aguardava autorização de permanência e de residência no nosso país, que teria acabado de ser rejeitada. Tinha sido cumprido uma pena de dois anos e três meses de prisão efetiva nos Estados Unidos, de onde foi depois deportado, por integrar um grupo de assaltantes à mão armada.
De lembrar que o homicídio aconteceu na madrugada de sábado e tudo começou com a denúncia de adulteração de bebidas alcoólicas no local. Segundo o que se sabe, Manuel Gonçalves denunciou um grupo que estaria a tentar alterar droga nas bebidas de algumas jovens.
A vítima mortal, estudante do 12.º ano, alertou o segurança para a situação, o que levou a que fosse agredido após a expulsão do agora detido e do seu grupo de amigos. Foi já no exterior que se envolveram numa rixa na qual a vítima foi esfaqueada diversas vezes por um elemento que fugiu para parte incerta.
Manuel Gonçalves foi ainda levado para o hospital, mas acabou por morrer devido à gravidade dos ferimentos.
Leia Também: "Explícito que não matou". Suspeito de Braga não se vai dar como culpado