A decisão, segundo o executivo, tem como objetivo "garantir condições dignas" aos funcionários e "concentrar serviços dispersos".
No entanto, a oposição critica os custos do arrendamento do antigo edifício da EDP e alerta para o risco de "desertificação" do centro histórico, onde se encontram atualmente.
O presidente da Câmara, João Leite, defendeu a decisão, sublinhando que as atuais instalações na Escola Prática de Cavalaria (EPC) não oferecem condições adequadas para os funcionários.
"É a pensar nos funcionários e no seu bem-estar. As condições de trabalho dos nossos trabalhadores que estão na Escola Prática de Cavalaria não são as mais dignas nem são condizentes com aquilo que desejamos para os nossos trabalhadores. Precisamos de intervir nesse edificado, mas não vamos fazer obras com os funcionários lá", disse o autarca na reunião de câmara realizada na segunda-feira.
De acordo com o responsável, esta medida vai permitir concentrar, num único edifício, vários serviços municipais que atualmente estão dispersos pelo centro histórico da cidade.
"Os funcionários vão para uma situação muito melhor do que aquela que têm hoje. Vamos conseguir concentrar, num único edifício, três edifícios que estão despertos na nossa cidade", disse João Leite, acrescentando ainda que os edifícios que vão ficar livres vão ser alvo de diversas requalificações.
Entre os imóveis a serem intervencionados está o Presídio Militar, propriedade da empresa "ESTAMO", que pretende instalar ali uma nova unidade hoteleira.
"Fomos intimados pela ESTAMO a tomar uma decisão relativamente aos serviços que estão no Presídio Militar. E este é um dos edifícios que tem que ficar vazio porque, felizmente, estamos a chegar a bom porto relativamente a uma resposta hoteleira que ali possa surgir", revelou o autarca.
A vereadora do Chega, Manuela Estêvão, manifestou-se contra a mudança, argumentando que o novo espaço "não oferece dignidade mínima para os funcionários" e retira-lhes a possibilidade de usufruírem do refeitório, além de contribuir para "a desertificação do centro histórico".
A vereadora defendeu ainda que o dinheiro do arrendamento podia ser canalizado para a construção de um novo edifício.
"A Câmara vai pagar uma renda mensal de 9 mil euros. Portanto, anualmente são 108 mil euros, ao fim dez anos são 1 milhão de euros. E este dinheiro dava perfeitamente para recuperar os edifícios devolutos que estão na Escola Prática de Cavalaria e que estão junto à Câmara", afirmou, acrescentando ainda que os funcionários "estão descontentes com esta decisão", afirmou hoje à Lusa a vereadora.
João Leite esclareceu que a mudança será "temporária" e revelou que a autarquia está em conversações com o Instituto Português do Desporto e da Juventude para adquirir um edifício ao lado da E-Redes.
"Se assim for, passamos a ter ali uma resposta mais acrescida, onde temos auditório, vamos ter condições de trabalho diferenciadas, onde se pode criar ali um bom núcleo, onde vários serviços da Câmara Municipal vão ficar concentrados", referiu.
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