Os trabalhos desenvolvidos pela Estrutura de Missão para o Desenvolvimento do Ecossistema de Leiria e Oeste (EM@IPLeiria), criada pelo Politécnico de Leiria em 2023, estão integrados na estratégia intitulada 'Uma Universidade para a Região', assumiu o presidente do Politécnico, Carlos Rabadão.
"O Politécnico de Leiria assume o seu papel como motor de desenvolvimento territorial, colocando o conhecimento, a ciência e a inovação ao serviço da sociedade. Este estudo é expressão desse compromisso: rigoroso no diagnóstico, ambicioso nas propostas e profundamente enraizado na realidade vivida por quem aqui estuda, trabalha e investe", salientou o presidente daquela instituição de ensino superior.
Segundo apontou, um dos principais constrangimentos da região "é a ausência de ensino universitário", situação que "compromete a formação avançada de capital humano, fragiliza a retenção de jovens qualificados e limita fortemente a capacidade de atração de talento externo".
Este facto está plasmado nas conclusões no estudo, nomeadamente nos dois principais cenários apresentados, que privilegiam o conhecimento, inovação e investigação.
No documento "Prospetiva 2035: três cenários para o Futuro de Leiria e Oeste", que envolveu 857 participantes, incluindo representantes de 24 municípios, comunidades intermunicipais, empresas, instituições socioculturais e cidadãos em geral, são apresentadas três propostas. Uma mantém os desafios do modelo atual (cenário I), estimando-se um crescimento económico moderado, e as outras duas assentam em transformações centradas na modernização e captação de talento (cenário II) e no conhecimento (cenário III), tendo ambos como principal âncora a criação de uma universidade.
A proposta propõe que a região Leiria e Oeste "evolua para um verdadeiro ecossistema de inovação, ancorado numa universidade de excelência", que possa ser o "motor de uma nova economia regional baseada na ciência, na criatividade e na colaboração interinstitucional".
Além da criação da universidade, este cenário "será o passo fundacional para a instalação de um Instituto Europeu de Inovação e Ciência", que "será responsável por dinamizar redes de investigação avançada e por atrair talento altamente qualificado".
O pró-presidente do Politécnico de Leiria e coordenador da EM@IPLeiria, Agostinho Silva, sublinhou que a "base e o momento central são a produção de conhecimento". Por isso, "não basta criar uma universidade de excelência, mas também um Instituto Europeu de Inovação e Ciência, com braços ao longo do ecossistema, dentro dos quais as empresas possam integrar os seus centros de inovação" destacou, ao apontar que se trata de "reinventar o território", contribuindo para o aumento do produto interno bruto.
"O próximo passo é implementar os inúmeros projetos piloto, monitorizar e escalar os resultados".
O ministro da Educação, Ciência e Inovação concordou que é o "cenário três que devem procurar", aquele de que ele próprio gostaria para o país, pois é "tornar o talento, o conhecimento e a inovação no novo paradigma para a economia portuguesa", apontou Fernando Alexandre.
"Percebo por que estão a colocar como âncora neste projeto a Universidade de Leiria e Oeste. Olhando para este território, faz sentido", disse Fernando Alexandre, que assumiu ter feito parte do Conselho Geral do Politécnico de Leiria e que concorda com a ambição de a instituição ser universidade.
Se tem as condições ou não, "é algo que tem que ser avaliado por várias entidades, por várias agências, por mim próprio e tem de ser aprovado em Conselho de Ministros e promulgado pelo Presidente da República".
"Penso que o Politécnico de Leiria tem todas as condições. Tem um ponto de partida que lhe dá as condições para ter essa ambição", rematou.
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