Uma mulher, indiciada pela prática de seis crimes de burla qualificada, seis crimes de burla informática e seis crimes de falsidade informática, foi presente pelo Ministério Público (MP) de Sesimbra a primeiro interrogatório judicial e ficou em prisão preventiva, revelou, esta segunda-feira, a Procuradoria da República da Comarca de Setúbal.
Segundo um comunicado, os factos indiciam que a arguida desde, pelo menos, o ano de 2022, "criou um perfil falso na rede social Facebook onde usava indevidamente a imagem de uma terceira pessoa, designadamente, publicando fotografias retiradas previamente da página pessoal da mesma".
Desta forma, "induzia os utilizadores daquela rede social a acreditar que se tratava da própria, publicando a arguida, através daquele perfil, anúncios de imóveis para arrendar, alegando ser proprietária de imóveis para arrendamento em diferentes localidades".
Nessa sequência, a mulher "contactava ou era contactada por potenciais interessados através de mensagens, sendo que aquela facultava o seu contacto telefónico para posteriores trocas de mensagens de negociação".
"A arguida enviava então fotografias dos imóveis e solicitava a realização de pagamentos antecipados a título de caução e rendas, sucedendo, todavia, que, uma vez recebidos os valores transferidos pelos ofendidos para a conta bancária por si indicada, cessava depois qualquer comunicação, não disponibilizando os imóveis nem devolvendo os montantes pagos", lê-se.
Atualmente desempregada, "tem antecedentes criminais, sobretudo pela prática de crimes de burla e burla qualificada, tendo cumprido, entre outras, pena de 14 anos e 6 meses de prisão".
"Por se considerarem verificados os perigos de perturbação do decurso do inquérito, a continuação da atividade criminosa e a perturbação grave da ordem e tranquilidade públicas, em consonância com o requerido pelo Ministério Público, a juiz de instrução criminal decidiu aplicar à arguida a medida de coação de prisão preventiva", revela a procuradoria.
As investigações prosseguem sob a direção do DIAP de Sesimbra com a coadjuvação da Polícia Judiciária de Setúbal.
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