Embaló diz que rádio portuguesa RDP-África é hostil à sua pessoa

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou hoje que a estação africana da Radiodifusão Portuguesa (RDP-África) é hostil à sua pessoa como o foi com Serifo Nhamadjo e Malam Bacai Sanhá, antigos líderes guineenses, já falecidos.

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Lusa
14/03/2025 17:55 ‧ há 5 horas por Lusa

País

Guiné-Bissau

Sissoco Embaló reagia assim depois de uma reportagem recentemente divulgada pela RDP-África no qual são citados os caminhos por si percorridos desde a infância até chegar à Presidência da Guiné-Bissau em fevereiro de 2020.

 

A reportagem é baseada em testemunhos de cidadãos guineenses e ainda em recolha de informações sobre a vida de Embaló.

À saída de uma reunião com a associação de régulos (chefes tradicionais), o Presidente guineense, questionado por um jornalista, comentou a reportagem da RDP-África para dizer que a estação é-lhe hostil.

"As pessoas que falaram nessa reportagem não conhecem a minha infância, mas quero vos dizer que a RDP é hostil à minha pessoa, como também foi hostil à Serifo Nhamadjo e Malam Bacai Sanhá. Olhem os nomes que vos citei", salientou Umaro Sissoco Embaló.

Embaló, Nhamadjo e Bacai Sanhá são todos de confissão muçulmana.

"A RDP é sempre hostil quando se trata de presidentes assim (muçulmanos)", salientou Umaro Sissoco Embaló.

Um dos testemunhos recolhidos na reportagem da RDP-África, intitulado: "Quem é Umaro Sissoco Embaló", é de Aristides Gomes, antigo primeiro-ministro guineense, exilado em França, após o seu Governo ter sido demitido por Embaló, em fevereiro de 2020.

Entre outros testemunhos, Gomes referiu na reportagem que é dos poucos responsáveis políticos guineenses por apreender de forma efetiva droga que entrou no país por intermédio de redes mafiosas.

Para Umaro Sissoco Embaló, Aristides Gomes "não pode falar quando o assunto for sério".

"O mais lamentável é o que o Aristides Gomes fala de mim. Aristides não pode falar de mim. Quando o assunto é sério, o cidadão Aristides não pode falar", disse, lembrando que no governo daquele a droga apreendida foi depositada nos cofres do Tesouro Público.

"Mas essa droga acabou por desaparecer de lá", enfatizou Embaló.

Sobre as alegações de várias pessoas ouvidas na reportagem da RDP-África de que contrariamente ao que afirma, o Presidente não era uma pessoa chegada ao falecido ex-Presidente guineense, João Bernardo 'Nino' Vieira, Umaro Sissoco Embaló disse que conheceu 'Nino' ainda muito novo.

"Eu conheci o Presidente 'Nino' Vieira em 1985 ainda muito novo (...), mas eu não admiro ninguém atualmente. Eu admiro o meu percurso, as pessoas é que me devem admiração", respondeu Embaló.

Umaro Sissoco Embaló disse que é o Presidente da Guiné-Bissau, não pode estar a responder à RDP-África ou a Aristides Gomes, e considerou ainda que a estação não faria o que fez com o Presidente de Angola ou de um outro país africano de língua portuguesa.

Aos régulos, disse ter explicado sobre as obras em curso no país, a nível de construção de estradas e hospitais e que recebeu garantias de que o querem na presidência da Guiné-Bissau para um segundo mandato.

Mamadu Nene Baldé, presidente da associação dos régulos da Guiné-Bissau, afirmou que felicitaram o Presidente da República, "pelo excelente trabalho que está a fazer" no país, nomeadamente pela forma como decorre a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto agrícola e de exportação.

Leia Também: Cooperação promete agilizar transferência de doentes da Guiné para Portugal

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