Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE) anuncia que os funcionários da Embaixada e dos postos consulares de Portugal no Brasil vão entrar na terceira semana de greve, na próxima segunda-feira, e que aguarda esclarecimentos sobre a manutenção da reunião com o Governo, que entretanto caiu.
"Os trabalhadores da Embaixada e dos postos consulares portugueses no Brasil continuarão em greve na próxima semana, entre 17 e 20 de março, o terceiro período de uma greve que encerrará os serviços ao público até dia 26 de março", lê-se no comunicado.
Na mesma nota, o STDCE esclarece que, "por parte do Governo e antes da sua queda, foi enviada uma convocatória para uma reunião de trabalho a realizar dia 25 de março, portanto no penúltimo dia da greve anunciada".
Segundo o STDCE, "os responsáveis políticos do MNE [Ministério dos Negócios Estrangeiros] e da Administração Pública aguardam esclarecimentos por parte do Ministério das Finanças para ver se existe algum impedimento à sua realização."
O sindicato "defende que as questões que estão em cima da mesa entram no âmbito da gestão corrente dos assuntos, uma vez que o Orçamento de Estado está em vigor e que devem ser cumpridos os compromissos assumidos pelo Governo relativamente a estes trabalhadores, os únicos na Administração pública sem aumentos desde janeiro de 2023, numa intolerável situação de marginalização".
A greve de quatro semanas é uma forma de luta para que estes trabalhadores tenham o salário fixado em euros e decorre até 26 de março.
No balanço da primeira semana de greve, no passado dia 06, o sindicato referiu a "extraordinária adesão que encerrou praticamente todos os postos" e lamentou o "total silêncio e ausência de comunicação oficial" da parte do Governo, "numa postura incompreensível que tem por primeiro efeito reforçar a mobilização de todos os trabalhadores, que continuarão, portanto, com o seu movimento de protesto".
Já a "segunda semana de greve confirmou a extraordinária adesão que encerrou praticamente todos os postos", refere no comunicado de hoje.
Segundo o STCDE, estes funcionários são os únicos dos serviços periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e da Administração Pública portuguesa a não terem o seu salário fixado em euros.
"As suas remunerações foram congeladas ao câmbio de 1 euro por 2,638 reais, câmbio fictício, mas conveniente para o MNE, sendo que à data do envio do aviso prévio de greve o câmbio era de 6,0127 reais para 1 euro. Não houve reposição da tabela salarial destes trabalhadores para euros, recebendo atualmente menos de metade do que lhes é devido", referiu, anteriormente, a organização sindical.
A greve foi anunciada a 11 de fevereiro.
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