Segundo o documento disponibilizado pelo BNA para consulta pública, e consultado hoje pela Lusa, em Angola, 51% da população não está financeiramente incluída, o nível de literacia financeira é baixo e a oferta de serviços financeiros estão concentrados em Luanda.
Apenas 25% da população angolana possui um bom nível de literacia financeira, refere-se no documento, em consulta pública no período de 31 de março e 30 de abril de 2025.
Os baixos níveis de inclusão financeira são também agravados por "diversos condicionalismos estruturais como os baixos níveis de formalidade económica, a falta de acesso a infraestruturas básicas (eletricidade, telecomunicações, água) e elevados níveis de pobreza", acrescenta.
De acordo com o documento, a inclusão financeira constitui uma "prioridade de primeira ordem" para o Governo de Angola e a proposta, em consulta pública, é a primeira ferramenta de política em Angola que "estabelece as prioridades do país para avançar com a inclusão financeira, somando esforços e compromissos públicos e privados".
"Espera-se que esse compromisso se mantenha até que a visão da ENIF seja alcançada, não devendo ser condicionado por um calendário ou por mudanças políticas", salienta.
A elaboração do ENIF seguiu uma "abordagem consensual", envolvendo o maior número possível de intervenientes relevantes dos setores público e privado e a sua visão consiste em assegurar que cada indivíduo ou micro, pequenas e médias empresas, "independentemente da sua localização geográfica ou condição socioeconómica", esteja incluído financeiramente.
A implementação da estratégia será focada nos segmentos definidos como prioritários, nomeadamente, mulheres, população rural, agricultores, trabalhadores informais, adolescentes e jovens.
O instrumento define igualmente as linhas estratégicas e o plano de ação para a sua implementação, monitorização e avaliação, promovendo uma comunicação clara e acessível ao público.
Segundo o BNA, a proposta da ENIF é uma iniciativa do Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira e o documento contou com o apoio técnico e metodológico do Banco Mundial, visando a mobilização coordenada de esforços para acelerar a inclusão financeira em Angola.
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