O presidente do partido de extrema-direita francês União Nacional, Jordan Bardella, apelou à população para manifestar toda a "indignação" no centro de Paris, em França, no próximo domingo, contra a decisão que proíbe Marine Le Pen de se candidatar a cargos públicos durante cinco anos.
"Vamos sair à rua este fim de semana", anunciou Bardella, numa conferência de imprensa esta terça-feira, sublinhando que quer uma "mobilização democrática, pacífica e calma".
O protesto deverá acontecer na Place Vauban, perto da Torre Eiffel.
Ao lado de Bardella na conferência de imprensa, Le Pen afirmou, citada pelo jornal francês Le Figaro, que foi usada uma "bomba nuclear" contra o União Nacional, com o objetivo de impedir que o partido chegue ao poder.
"Não os vamos deixar", acrescentou Le Pen.
Marine Le Pen estava a preparar-se para se candidatar à presidência francesa pela quarta vez e, sem Emmanuel Macron no caminho, tinha boas hipóteses de ganhar. Jordan Bardella, de 29 anos, é apontado como o sucessor, mas muitos consideram que ainda não tem a experiência necessária para ocupar o cargo de Presidente.
O tribunal condenou, na segunda-feira, a líder de 56 anos por desvio de fundos públicos, estabelecendo que houve, de facto, um "sistema" posto em prática entre 2004 e 2016 para fazer "poupanças" para a Frente Nacional - que em 2018 se tornou União Nacional (RN, na sigla em francês), usando dinheiro do Parlamento Europeu para pagar a assistentes de eurodeputados que trabalhavam efetivamente para o partido.
Le Pen foi também condenada a quatro anos de prisão, dois dos quais suspensos, embora tenha de vir a usar uma pulseira eletrónica.
A decisão do tribunal também dividiu a classe política francesa, com alguns partidos e personalidades da Esquerda e da Direita a lamentarem a decisão dos juízes, enquanto os socialistas apelaram ao respeito pela lei.
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