"Espero que, se a senhora Le Pen apresentar recurso, essa nova decisão do Tribunal de 2.ª Instância de Paris possa realizar-se num prazo o mais razoável possível", declarou Gérald Darmanin.
Acrescentou ainda que "caberá ao Tribunal de 2.ª Instância de Paris, que é perfeitamente independente na sua organização, marcar a data para este recurso".
Por sua vez, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, sustentou hoje que o Governo "não tem o direito" de "criticar" uma decisão da Justiça, neste caso a condenação da líder do partido de extrema-direita União Nacional (UN) a cinco anos sem poder candidatar-se a cargos públicos sujeitos ao sufrágio universal.
Bayrou expressou também o seu "apoio incondicional" aos magistrados criticados por uma parte da classe política.
Na véspera, o chefe do executivo francês - ele mesmo absolvido em primeira instância num caso semelhante -- declarou-se, no entanto, "perturbado" com esta condenação, segundo o seu gabinete.
Marine Le Pen e o seu partido condenaram hoje a decisão que classificaram como uma "manobra do sistema", que tornou a líder da extrema-direita francesa inelegível nas próximas eleições presidenciais, desencadeando um aceso debate na classe política em França.
Esta condenação a cinco anos de inelegibilidade, com efeito imediato, e a quatro anos de prisão (dois dos quais de prisão efetiva, atenuados para pena suspensa com uso de pulseira) por desvio de fundos europeus provocou também a indignação dos líderes populistas de todo o mundo, do Kremlin (presidência russa) a Washington, passando pela Hungria.
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