"A Finlândia e a Europa devem avaliar todas as medidas destinadas a reforçar as capacidades de dissuasão e de defesa, individualmente e no âmbito da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", afirmou Petteri Orpo, em conferência de imprensa.
"Propomos que a Finlândia comece a preparar-se para se retirar do acordo de Otava", acrescentou, duas semanas depois de uma proposta semelhante ter sido apresentada pela Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia.
O país também quer aumentar a despesa com a defesa, para atingir 3% do produto interno bruto (PIB) até 2029, acrescentou o primeiro-ministro.
"Entre outras coisas, estamos a lançar uma reforma das forças terrestres", indicou Orpo.
As minas antipessoais, colocadas manualmente ou dispersas por foguetes ou projéteis, são utilizadas para dissuadir os adversários ou a população de aceder a determinadas áreas.
Quando detonadas sobre ou perto de uma pessoa, podem matar ou causar ferimentos graves. Estas minas permanecem frequentemente depois de terminado um conflito, impedindo o regresso das populações.
Mais de 160 países e territórios reconhecem o Tratado de Otava, incluindo a Ucrânia, mas não os Estados Unidos ou a Rússia.
O texto proíbe os países signatários de adquirirem, produzirem, armazenarem e utilizarem estas minas, que continuam a mutilar e a matar muito depois de os conflitos terem terminado, sendo as consequências sofridas principalmente pelos civis, de acordo com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Desde o verão de 2024, as Forças de Defesa finlandesas têm estado a avaliar se as minas antipessoal são necessárias na Finlândia.
"Esta revisão é motivada pelas lições aprendidas com a guerra na Ucrânia e a deterioração da situação de segurança", disse o Ministério da Defesa à agência de notícias France-Presse (AFP) no final de novembro.
A Finlândia assinou a Convenção de Otava em 2012, mas considera que a situação de segurança já não é a mesma atualmente. Desde então, Helsínquia destruiu todas as minas existentes no território, mais de um milhão.
O país nórdico, que partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia, abandonou décadas de não-alinhamento militar e aderiu à NATO a 04 de abril de 2023 depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
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