Síria? "Certamente que não vamos conseguir satisfazer toda a gente"

O Presidente interino da Síria, Ahmed al-Charaa, disse hoje que está a trabalhar na procura de um consenso para o país, embora reconheça que as novas autoridades "não vão poder satisfazer toda a gente".

Notícia

© Moawia Atrash/picture alliance via Getty Images

Lusa
31/03/2025 15:35 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Síria

Após a queda do regime de Bashar al Assad e apenas dois dias depois de ter revelado a composição do novo Governo do país asiático, o Presidente interino admite a impossibilidade de agradar a todos, mas compromete-se a procurar uma união robusta.

 

"Certamente que não vamos conseguir satisfazer toda a gente, e isso é natural, mas temos de conseguir o máximo consenso possível", disse, antes de elogiar que "tenha havido reações positivas à formação do Governo", antes de salientar que a composição do Executivo "afasta-se das quotas de associação" e tem "ministros competentes cujo objetivo é construir o país".

O líder do grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS), sublinhou que os membros do Governo "foram escolhidos sem ter em conta a sua posição ideológica ou política".

"A sua única preocupação é construir este país e nós dar-lhes-emos todas as competências necessárias para que sejam bem sucedidos", acrescentou.

O Presidente interino afirmou ainda que o país "é um lugar para trabalho sério e árduo" e acrescentou que "o único sonho que será alcançado é elevar o povo e o país a serem livres, orgulhosos e influentes".

"Rezo a Deus Todo-Poderoso para que, quando nos encontrarmos no próximo Eid al-Fitr (celebração que marca o fim do jejum do Ramadão), todos os problemas da Síria tenham sido resolvidos", afirmou após uma cerimónia religiosa em Damasco.

O novo Governo, nomeado quase quatro meses após a queda de al-Assad devido a uma ofensiva dos jihadistas e dos rebeldes liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), é dominado por figuras próximas de al-Charaa.

Entre os 23 ministros, há quatro representantes de minorias - um cristão, um curdo, um alauita e um druso - mas nenhum deles dirige nenhuma das pastas principais.

A nomeação do novo Governo, que já foi rejeitado pela principal entidade política curda do norte e nordeste do país, por não representar os interesses de todos os sírios, ocorreu duas semanas depois de o Presidente interino ter promulgado a nova Declaração Constitucional, que confere a al-Charaa amplos poderes a nível legislativo, executivo e judicial.

No domingo, a entidade política curda acusou o executivo de "falta de diversidade" considerando-o "semelhante ao seu antecessor" demarcando que este novo Governo mantém "o controlo de um único partido sobre o país e falhando em fornecer representação justa para todos os componentes do povo sírio".

Al-Charaa, conhecido até à sua chegada ao poder pelo seu nome de guerra, Abu Mohamed al Golani, foi colocado no comando do país como presidente de transição após a queda de al Assad, que fugiu para a Rússia em dezembro, pondo fim a quase um quarto de século no leme depois de suceder em 2000 ao seu pai, Hafez al Assad, que liderava a Síria desde 1971.

Leia Também: Curdos criticam falta de diversidade do novo governo sírio

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas