"Nos termos do Acordo de Cessação das Hostilidades, o governo libanês é responsável pelo desarmamento do Hezbollah e esperamos que as forças armadas libanesas desarmem os terroristas para evitar novas hostilidades", declarou hoje aos jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
"Os ataques tiveram lugar porque os terroristas dispararam foguetes contra Israel a partir do Líbano. Trata-se de uma violação da cessação das hostilidades", continuou a Bruce
Israel deve "reagir, como fariam os Estados Unidos ou qualquer outro país neste tipo de situação", adiantou.
O ataque de hoje, o primeiro nos arredores a sul de Beirute desde a entrada em vigor da trégua com o Hezbollah (Partido de Deus), a 27 de novembro de 2024, foi realizado, segundo Israel, como resposta aos disparos de foguetes sobre o norte do país hoje de manhã, ainda por reivindicar.
Segundo a agência de notícias oficial libanesa ANI, o ataque a um bairro densamente povoado e com escolas ocorreu pouco depois de o Exército israelita ter apelado à retirada da população da zona, na sequência dos disparos do início da manhã.
O aviso do Exército israelita provocou o pânico entre a população de uma zona que é considerada um reduto do Hezbollah.
O exército libanês anunciou hoje ter descoberto no sul do país os locais de lançamento de foguetes utilizados de manhã para atingir Israel.
Num comunicado, o exército declarou ter "identificado o local de lançamento de foguetes na zona de Qaaqaiyat al-Jisr", que se situa na margem norte do rio Litani, área de onde o Hezbollah deve retirar-se, a 30 quilómetros da fronteira israelita.
As forças armadas libanesas acrescentaram que abriram "um inquérito para determinar os autores dos disparos", que não foram reivindicados.
O Hezbollah negou estar na origem destes disparos e afirmou estar a respeitar o cessar-fogo.
Após o ataque israelita aos subúrbios do sul de Beirute, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que o exército vai atacar "em todo o Líbano contra qualquer ameaça".
"Quem ainda não compreendeu a nova situação no Líbano, recebeu hoje mais um exemplo da nossa determinação", declarou Netanyahu num comunicado.
"A equação mudou. Não permitiremos que seja disparado o mais pequeno tiro contra as nossas localidades", pelo que "continuaremos a atacar em todo o Líbano contra qualquer ameaça ao Estado de Israel', acrescentou.
O primeiro-ministro libanês pediu para se prenderem os responsáveis pelo lançamento de foguetes de artilharia contra Israel.
O chefe do Governo de Beirute, Nawaf Salam, tinha pedido ao comandante-chefe do Exército libanês, Rodolphe Haykal, para atuar rapidamente no sentido de identificar os autores do ato "irresponsável de disparo de foguetes de artilharia".
Salam referiu ainda que os disparos efetuados contra Israel ameaçam a segurança e a estabilidade do Líbano.
Desde o início do cessar-fogo que pôs fim a dois meses de guerra aberta entre o Exército israelita e o movimento libanês apoiado pelo Irão é a segunda vez que são disparados foguetes do Líbano para Israel. O primeiro ataque ocorreu no dia 22 de março.
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