"O Tribunal está a procurar, e ainda não obteve, a verificação das autoridades [italianas] sobre as medidas alegadamente tomadas", indicou o TPI hoje em comunicado.
O suspeito, identificado como Osama Almasri Najim, foi detido pelas autoridades italianas no domingo em Turim e libertado na terça-feira "sem aviso prévio ou consulta ao Tribunal", segundo a instância internacional sediada em Haia.
"Em 18 de janeiro de 2025, a Câmara Pré-Julgamento I do Tribunal Penal Internacional emitiu por maioria um mandado de detenção contra o Sr. Osama Almasri Najim relacionado com a situação na Líbia", segundo o TPI.
Najim, que se acredita ter sido o responsável pelo centro de detenção de Mitiga, em Tripoli, é procurado por crimes de homicídio, violação e tortura cometidos desde 15 de fevereiro de 2015.
Os alegados crimes foram executados contra detidos por motivos religiosos, ou porque eram suspeitos de "comportamento imoral" ou ainda de apoiar ou estar afiliados a grupos armados, esclareceu o TPI.
De acordo com os meios de comunicação locais italianos, o responsável policial líbio foi detido no domingo num hotel de Turim, ao abrigo do mandado do TPI, após uma denúncia da Interpol.
No entanto, na terça-feira, "seria libertado e devolvido à Líbia", de acordo com o comunicado do TPI.
A imprensa italiana, citando fontes do Ministério do Interior, noticiou que a libertação esteve relacionada com questões técnicas legais.
A televisão britânica BBC relatou que o suspeito foi detido após assistir ao jogo de futebol entre a Juventus e o Milan em Turim e regressou na terça-feira à noite num voo governamental italiano para a Líbia, onde imagens da comunicação social local mostraram uma multidão a recebê-lo em euforia e com fogo de artifício.
De acordo com a Amnistia Internacional , Najim chefiou desde 2016 a ala da Polícia Judiciária da prisão de Mitiga, um lugar de "violações terríveis cometidas com total impunidade".
A partir de 2021, supervisionou várias outras prisões como diretor da Instituição de Reforma e Reabilitação da Polícia Judiciária da Líbia.
Leia Também: Padre italiano acusado de esvaziar contas de fiéis com problemas psiquiátricos