"Nesta semana, nós estamos frente a uma nova administração americana e o Presidente Trump -- empossado na segunda-feira - será um desafio, mas nós sabemos pelo menos o quanto", disse Scholz em declarações aos jornalistas no Palácio do Eliseu, junto do chefe de Estado francês.
A Europa quer "continuar a construir" com os Estados Unidos da América (EUA), país com o qual tem uma amizade de longa data, mas segundo o líder alemão, os países europeus têm uma posição "muito clara" e vão analisar "as decisões anunciadas e já tomadas pelo Presidente Trump".
O chefe de Estado francês pediu "maior unidade, audácia, ambição e independência para os europeus", apelando aos dois países para desempenharem "plenamente o seu papel" na construção de uma Europa "forte" e "unida", capaz de defender os seus "interesses", nomeadamente face aos EUA de Donald Trump, com o qual a União Europeia (UE) "conhece os riscos".
"Mais do que nunca, cabe aos europeus, e portanto aos nossos dois países, desempenhar plenamente o seu papel na consolidação de uma Europa unida, forte e soberana", afirmou Macron, defendendo que a UE é capaz de "afirmar os seus próprios interesses e de os defender com os seus valores e instrumentos".
Para o chanceler alemão, "as fronteiras não devem ser redesenhadas pela força" e a extrema-direita, que "se fortifica em todos os países ocidentais", não se "concentra na cooperação, mas na confrontação" e divisão que afeta a Europa.
"A Europa deve tornar-se mais forte e mais resiliente num mundo em movimento", referiu Scholz, sublinhando "os tempos difíceis" que se vivem, no terceiro ano da invasão russa pela Ucrânia, que "quebrou o ordem de paz europeia" e que mostra a necessidade de união entre o "casal franco-alemão", que celebra hoje 62.º anos do Tratado do Eliseu, de amizade e de "reconciliação entre a França e a Alemanha".
A prioridade da UE deve ser a competitividade das suas empresas, através de "uma agenda de simplificação" da burocracia, com destaque para os setores-chave da indústria automóvel, química e siderúrgica, bem como a inteligência artificial e o espaço, mas também garantir a sua própria segurança, "reduzindo a dependência" estratégica e a concorrência desleal, segundo Scholz.
Nos dias 10 e 11 de fevereiro, Paris acolherá uma cimeira sobre a Inteligência Artificial para reforçar a capacidade de atração da Europa.
Este encontro ocorre a um mês das eleições legislativas alemãs, em 23 de fevereiro, nas quais o democrata-cristão Friedrich Merz é favorito e em que a França espera "voltar a unir-se verdadeiramente" à Alemanha e "dar um impulso à Europa", anunciou de manhã a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, no Conselho de Ministros.
[Notícia atualizada às 15h11]
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