"Mais de 80 mil migrantes e apátridas foram expulsos da Rússia por ordem judicial", refere a agência de notícias estatal TASS, citando o serviço de oficiais de justiça russo.
A mesma fonte indica que em comparação com 2023 ocorreram mais 44.200 processos de expulsão.
A nacionalidade das pessoas expulsas, que são geralmente proibidas de entrar na Rússia durante um período de cinco anos, não é especificada.
A maioria dos migrantes na Rússia provém das antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, com centenas de milhares de cidadãos do Quirguizistão, Uzbequistão e Tajiquistão a viajar todos os anos para a Rússia em busca de emprego.
Na sequência do ataque à sala de concertos Crocus, nos arredores de Moscovo, em março de 2024, onde morreram mais de 140 pessoas num atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, foram detidos suspeitos de origem tajique e aumentaram as rusgas policiais a imigrantes.
Vários dirigentes russos têm feito repetidas declarações contra os imigrantes, tendo o antigo Presidente Dmitri Medvedev criticado a criação de "enclaves étnicos", enquanto vários deputados propuseram a deportação dos imigrantes que não falam russo.
Em meados de setembro, o Presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, anunciou que seriam examinadas 34 leis para tornar mais rigorosa a política de migração, incluindo a proibição do reagrupamento familiar, uma lista de profissões proibidas e a introdução de um imposto sobre os migrantes.
No entanto, a Rússia precisa de mão de obra para vários setores da economia, devido a décadas de crise demográfica, bem como de homens para combater como soldados na Ucrânia.
Neste caso foi facilitada a obtenção de cidadania.
Ao abrigo de uma lei assinada pelo Presidente Vladimir Putin, os imigrantes são agora obrigados a registarem-se no Exército, sob pena de perderem o passaporte russo e serem deportados.
Cerca de 10 mil destas pessoas naturalizadas como russos juntaram-se às forças da Rússia que combatem em território ucraniano, de acordo com os números fornecidos pelas autoridades russas.
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