"A UE condena o lançamento, por parte da República Popular Democrática da Coreia, de um míssil balístico de médio alcance, que Pyongyang alegou estar equipado com uma ogiva hipersónica", dá conta um comunicado divulgado pela diplomacia dos 27 países do bloco político-económico do qual Portugal faz parte.
A União Europeia advertiu que o lançamento deste míssil balístico "viola múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e aumenta, ainda mais, as tensões na península coreana".
A UE expressou "total solidariedade" com os países parceiros na região, nomeadamente a Coreia do Sul e o Japão, exortando Pyongyang a "cessar as ações ilegais e de escalada" e a avançar no sentido do diálogo: "Este é único caminho para uma paz sustentável e para a segurança da península coreana."
A Coreia do Norte anunciou hoje que lançou na segunda-feira um novo tipo de míssil balístico hipersónico de alcance intermédio.
De acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o veículo planador hipersónico (HGV, na sigla em inglês) montado no míssil percorreu um total de 1.500 quilómetros a uma velocidade 12 vezes superior à velocidade do som e atingiu um pico de 99,8 quilómetros de altura antes de atingir o alvo simulado.
Os HGV têm a capacidade de planear e traçar trajetórias irregulares, que complicam o trabalho dos sistemas de defesa antimíssil.
De acordo com fotos publicadas pela KNCA, o míssil parece muito semelhante ao Hwasong-16B, um míssil balístico hipersónico de médio alcance que funciona com combustível sólido, testado pelo regime em abril passado.
A agência referiu que foi usado "um novo composto de fibra de carbono" para fabricar o corpo do motor e que o projétil utiliza um "novo sistema de controlo e orientação de voo".
O "novo sistema de armas estratégicas" está integrado "no plano para o desenvolvimento das capacidades de defesa nacional, a fim de aumentar a durabilidade e a eficácia da dissuasão estratégica contra potenciais rivais, de acordo com o ambiente de segurança regional em mudança", referiu a KCNA.
A agência disse que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, testemunhou o teste numa sala de controlo, na companhia da filha, cujo nome se acredita ser Kim Ju-ae.
Kim mostrou-se satisfeito com o resultado, dizendo que o novo míssil pode "lidar com as diferentes ameaças à segurança que as forças hostis representam atualmente para o país", numa alusão aos Estados Unidos da América, Coreia do Sul e Japão.
Segundo o líder norte-coreano, este "sistema de mísseis hipersónicos dissuadirá de forma fiável qualquer adversário na região do Pacífico que possa comprometer a segurança nacional".
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